Um levantamento feito pelo doutor em Economia e cientista de dados Thomas Conti quantificou a importância da vacina CoronaVac, produzida pelo Instituto Butantan, para o plano nacional de imunização contra a COVID-19.
Usando como base informações disponibilizadas pela plataforma Brasil.io, que tem como objetivo tornar mais acessível os dados públicos, Conti concluiu que 80% das doses aplicadas até 29 de maio no Brasil eram do imunizante de origem chinesa.
Para se ter noção em números absolutos, até aquela data, das 18,4 milhões de vacinas aplicadas no país, 14,7 milhões eram da CoronaVac, enquanto apenas 3,7 milhões eram da Covishield (desenvolvida pela Oxford-AstraZeneca e produzida pela Fiocruz).
A análise também chama a atenção para a maior regularidade no uso da CoronaVac no dia a dia da campanha de vacinação, responsável por quase todas as doses aplicadas no mês de março. Já as imunizações com a Covishield ficaram concentradas em dois breves intervalos, nos fins de janeiro e de fevereiro.
“Estaríamos praticamente sem vacina no Brasil se o governo federal tivesse conseguido boicotar essa vacina. Não foi por falta de tentar”, finalizou sua análise Thomas Conti, em referência às críticas feitas pelo do governo Bolsonaro em relação à vacina chinesa.