Após telefonema com o presidente da Rússia, Vladimir Putin, o presidente Jair Bolsonaro afirmou nesta terça-feira, 6, que o governo ainda precisa resolver "entraves", mas espera resolver "brevemente" a situação de registro do imunizante Sputnik V no País. A vacina russa contra a covid-19 ainda não tem o aval da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).
"Acabei de receber um telefonema do presidente Putin. Um dos assuntos mais importantes que tratamos aqui é a possibilidade de nós virmos a receber a vacina Sputnik daquele país", disse em vídeo publicado em suas redes sociais. "Logicamente, dependemos ainda de resolver alguns entraves aqui no Brasil e estamos ultimando para contar com as demais autoridades, entre elas a Anvisa, para como nós podemos efetivamente importar essa vacina", afirmou.
Bolsonaro avaliou a conversa como "muito produtiva" e agradeceu a forma como Putin conduziu o assunto. "Esperamos, inclusive, caso aprovada a vacina Sputnik, nós venhamos a produzi-la no Brasil", disse o presidente. "Se Deus quiser brevemente estaremos resolvendo essa questão da vacina Sputnik", acrescentou.
Queiroga e Barra Torres
Presente durante a conversa com Putin, o ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, reiterou que uma vez superadas as questões regulatórias a vacina será aplicada no País. "Assim que houver uma superação das questões regulatórias estaremos aplicado a vacina aqui no Brasil beneficiando a população brasileira." Mesmo sem o aval da Anvisa, o ministério já contratou 10 milhões de doses da Sputnik.
Entre as tratativas para acelerar a aprovação do imunizante, o diretor-presidente da Anvisa, Antônia Barra Torres, destacou que está prevista uma missão sanitária ao país russo. "Temos nesse contato que o presidente acabou de realizar com presidente Putin a confirmação do envio da nossa missão, uma missão de vigilância sanitária à Rússia, já com o ok, o 'de acordo' da Rússia nesse sentido para que possamos efetuar a inspeção nas instalações de produção tanto de insumos quanto toda própria vacina", declarou.
De acordo com a Secretaria Especial de Comunicação Social, além da aquisição do imunizante russo, também foi tratado na conversa com Putin sobre o comércio entre os dois países, a cooperação na indústria de defesa e nas áreas de ciência e tecnologia. "O presidente Bolsonaro enfatizou a necessidade de que mais frigoríficos brasileiros sejam liberados para exportação àquele país", relatou a pasta em nota.
A conversa entre os dois presidentes também foi acompanhada pelos ministros da Secretaria-Geral, Onyx Lorenzoni, e das Relações Exteriores, Carlos Alberto França, além do secretário especial para Assuntos Estratégicos, Flávio Rocha.