De funcionária exemplar à admirável mãe, Vanessa Martins, gerente de grandes restaurantes no Distrito Federal, morreu, na noite de sexta-feira (9/4), aos 39 anos, em decorrência de COVID-19, dias depois de dar a luz à segunda filha, Helena. "Ela conheceu a filha e, no dia seguinte, soube do contágio com o vírus; uns quatro dias depois foi intubada. Quando a encontrei, no ano passado, em meio à pandemia, o que ela mais queria era paz, queria uma vida mais tranquila, longe do pique puxado dos restaurantes", observou ao Correio, Gil Guimarães, um dos sócios das casas tradicionais da cidade em que Vanessa trabalhou.
Presente por sete anos no Oliver, casa fechada na capital, Vanessa, para além de enaltecida pela capacidade e pelo dom da gestão, foi lembrada por Rodrigo Freire, outro parceiro na jornada de trabalho inciada há 13 anos no Azulejaria. "Ela mantinha um canal facilitador entre a gente (os proprietários) e os outros funcionários. Vanessa sempre foi muito humana, tendo qualidades da empatia e da prestatividade. Sabia ouvir".
Além da recém-nascida Helena, Vanessa, que teve o parto no Hospital Santa Marta (Taguatinga), já tinha outra filha, Alice, que ela deixa ao lado do marido Edilson. "Lembro que o chá de bebê da Alice havia sido lá no Oliver. Acompanhei. Agora, veio tudo isso: o susto tão grande, algo tão inesperado. Realmente, tudo é muito triste", lamentou Rodrigo Freire.
Vista como "uma pessoa de casa", como ressaltou Gil, a gerente era solícita e esteve integrada ao corpo de funcionários em várias ocasiões diferentes. Depois, atuou junto à Associação Brasileira de Bares e Restaurantes (Abrasel), tendo ainda aberto uma pizzaria própria. O retorno se deu no Parrilla, há três anos. O enterro de Vanessa Martins será amanhã (11/4), na capela 4 do Cemitério de Taguatinga.