O país teve a pior semana desde o início da pandemia do novo coronavírus. Segundo dados do Conselho Nacional de Secretários de Saúde (Conass), o número de mortes causadas por COVID-19 entre o último domingo (4/4) e este sábado (10/4) foi de 21.141. Isso significa que apenas a última semana teve 6% das mortes no país em toda a pandemia.
Com isso, o Brasil chega à marca de 351.334 óbitos por coronavírus. Apenas nas últimas 24 horas, 2,6 mil mortes em decorrência do vírus foram registradas no Brasil, além de 71.832 novos casos de infecção.
O dia mais letal da pandemia no país foi a última quinta-feira (8/4), quando 4.249 óbitos foram registrados. A semana foi de recordes diários.
Esse número é superior ao total de mortos nos atentados de 11 de setembro de 2001 (3 mil) e ao de mortos nas chuvas e deslizamentos na Região Serrana do Rio de Janeiro, em 2011 (ocasião onde 917 óbitos foram confirmados).
A taxa de letalidade já é de 2,6%. Já o número de infectados chegou a 13.445.006. O estado com maior número de casos acumulados na pandemia é também o que possui maior número de mortos: São Paulo, com 2,6 milhões de casos e 82.407 mortes.
Em seguida está Minas Gerais, com 1,2 milhões de casos e 27,6 mil mortos. Depois, Rio Grande do Sul, com 890,5 mil casos e mil mortes; e o Paraná, com 881,4 mil casos e 18,9 mil mortes.
CPI da pandemia
Enquanto isso, o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) vê com preocupação a possível instalação de uma CPI da COVID para investigar omissões do governo federal durante a pandemia. O presidente defendeu e recomendou remédios sem comprovação científica e falou contra vacinas e medidas de distanciamento social.
Os locais que adotaram lockdown, no entanto, demonstraram uma queda drástica no número de infectados e mortos. Foi o caso de Araraquara, no interior de São Paulo, que adotou medidas severas de restrição após aumento brusco de casos e ocupação de leitos de UTI. Esta semana, o município passou quatro dias sem registrar um único óbito.
As mortes entre jovens também têm crescido. Um boletim divulgado hoje Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) mostra que a covid-19 avançou rapidamente no Brasil entre janeiro e março deste ano. Entre aqueles com idade entre 20 a 29 anos a letalidade aumentou 872,73% nesse período.
O que é um lockdown?
Saiba como funciona essa medida extrema, as diferenças entre quarentena, distanciamento social e lockdown, e porque as medidas de restrição de circulação de pessoas adotadas no Brasil não podem ser chamadas de lockdown.
Vacinas contra COVID-19 usadas no Brasil
- Oxford/Astrazeneca
Produzida pelo grupo britânico AstraZeneca, em parceria com a Universidade de Oxford, a vacina recebeu registro definitivo para uso no Brasil pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). No país ela é produzida pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz).
- CoronaVac/Butantan
Em 17 de janeiro, a vacina desenvolvida pela farmacêutica chinesa Sinovac, em parceria com o Instituto Butantan no Brasil, recebeu a liberação de uso emergencial pela Anvisa.
- Janssen
A Anvisa aprovou por unanimidade o uso emergencial no Brasil da vacina da Janssen, subsidiária da Johnson & Johnson, contra a COVID-19. Trata-se do único no mercado que garante a proteção em uma só dose, o que pode acelerar a imunização. A Santa Casa de Belo Horizonte participou dos testes na fase 3 da vacina da Janssen.
- Pfizer
A vacina da Pfizer foi rejeitada pelo Ministério da Saúde em 2020 e ironizada pelo presidente Jair Bolsonaro, mas foi a primeira a receber autorização para uso amplo pela Anvisa, em 23/02.
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Como funciona o 'passaporte de vacinação'?
Os chamados passaportes de vacinação contra COVID-19 já estão em funcionamento em algumas regiões do mundo e em estudo em vários países. Sistema de controel tem como objetivo garantir trânsito de pessoas imunizadas e fomentar turismo e economia. Especialistas dizem que os passaportes de vacinação impõem desafios éticos e científicos.
Quais os sintomas do coronavírus?
Confira os principais sintomas das pessoas infectadas pela COVID-19:
- Febre
- Tosse
- Falta de ar e dificuldade para respirar
- Problemas gástricos
- Diarreia
Em casos graves, as vítimas apresentam
- Pneumonia
- Síndrome respiratória aguda severa
- Insuficiência renal
Os tipos de sintomas para COVID-19 aumentam a cada semana conforme os pesquisadores avançam na identificação do comportamento do vírus.
Entenda as regras de proteção contra as novas cepas
Mitos e verdades sobre o vírus
Nas redes sociais, a propagação da COVID-19 espalhou também boatos sobre como o vírus Sars-CoV-2 é transmitido. E outras dúvidas foram surgindo: O álcool em gel é capaz de matar o vírus? O coronavírus é letal em um nível preocupante? Uma pessoa infectada pode contaminar várias outras? A epidemia vai matar milhares de brasileiros, pois o SUS não teria condições de atender a todos? Fizemos uma reportagem com um médico especialista em infectologia e ele explica todos os mitos e verdades sobre o coronavírus.Para saber mais sobre o coronavírus, leia também:
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