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Estado de Minas INOVAÇÃO

Hospital aplica técnica de banho de balde em bebês na UTI

Inspirado no ofurô japonês, método ajuda em cirurgias agressivas e procedimentos invasivos de recém-nascidos, em hospital do Distrito Federal


11/04/2021 23:12 - atualizado 11/04/2021 23:16

A terapia permitiu que o bebê Miguel Silva, de três meses, estivesse naturalmente tranquilo para ser operado(foto: Iges-DF/Divulgação)
A terapia permitiu que o bebê Miguel Silva, de três meses, estivesse naturalmente tranquilo para ser operado (foto: Iges-DF/Divulgação)
Desenvolvida na Holanda em 1997, a técnica do banho de balde vem sendo utilizada na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) Pediátrica do Hospital de Base (HB) do Distrito Federal há três anos. O método pretende ajudar na recuperação de bebês submetidos a cirurgias ou procedimentos médicos mais agressivos.

A prática é recomendada pelo Ministério da Saúde e pediatras do HB estão atuando para que hospitais públicos de outros estados também adotem o método, inspirado na tradicional banheira de origem japonesa, o ofurô.

Como o nome diz, no banho de balde, o bebê é banhado em um balde com água morna. A ideia é simular os estímulos e as sensações que o recém-nascido sentia quando estava no útero da mãe. Alguns poucos minutos na água morna são suficientes para proporcionar relaxamento, tranquilidade e segurança.

Procedimento bem-sucedido

A terapia permitiu que o bebê Miguel Silva, de três meses, estivesse naturalmente tranquilo para ser operado. Ele nasceu com insuficiência respiratória e precisou ser intubado. Ao ser extubado, passou a ter crises de choro, irritação e falta de sono.

Foram 20 dias de agonia, até que o bebê foi operado para corrigir o volume do diafragma, que comprimia os pulmões. Na véspera da cirurgia, para acalmá-lo, os pediatras recorreram ao banho de balde. “Só foi entrar no banho que ele já melhorou, ficou mais calmo e disposto”, conta Janiffer Silva, 23 anos, mãe de Miguel.

Logo depois, ao sair do banho, o bebê caiu no sono. “Ele conseguiu dormir por três horas seguidas”, relembra Janiffer. Com o recém-nascido mais tranquilo, a cirurgia pôde ser feita. “Foi um sucesso total. Agora só estou aguardando o restabelecimento completo dele para irmos pra casa”, comemorou a mãe, garantindo que vai repetir a técnica em casa.

Como funciona

O método é simples: basta um balde (de metal ou de plástico) em formato oval e cheio de água morna, com temperatura entre 36°C e 37°C. O espaço e o conforto térmico fazem com que o bebê se sinta na barriga da mãe.

O recém-nascido deve ficar imerso até o ombro por no máximo 10 minutos (depois disso, a água começa a esfriar). Durante o banho, pode-se fazer leve massagem de relaxamento no bebê.

Segundo a equipe da UTI Pediátrica do Hospital de Base, a técnica é indicada para bebês com até seis meses de idade e mais de 1,2 quilos e pode ser feita várias vezes em um mesmo dia. Não há necessidade de usar sabonete nem xampu — se usá-los, apenas uma vez ao dia.

No HB, o banho de balde é feito somente por profissionais habilitados. Normalmente, o método é desenvolvido por um fisioterapeuta com a ajuda de um técnico de enfermagem. O banho ocorre na presença dos pais, para que aprendam e repitam em casa.

Entre os benefícios do banho de balde, estão acalmar a criança, e ajudar no aumento do fluxo sanguíneo, na redução de espasmos musculares e no alívio de dores e cólicas intestinais. O método interfere diretamente no crescimento e desenvolvimento cognitivo dos bebês, além de melhorar a qualidade de sono e a resposta imunológica.

Com informações do Iges-DF


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