No primeiro dia de reabertura após o fim da fase emergencial, escolas particulares de São Paulo tiveram adesão menor de estudantes ao ensino presencial. Os colégios atribuem a baixa presença nesta segunda-feira (12/4) aos números ainda elevados de infectados pela COVID-19 na capital paulista e à mudança de regras em cima da hora - a decisão sobre a reabertura foi tomada na sexta-feira (9/4).
Leia Mais
Consórcio da OMS entregará mais de 800 mil doses da Pfizer em junho, diz governoDe olho em verba para meio ambiente, 21 Estados preparam carta a BidenEx-BBB conta que já ganhou 48 vezes na loteria: 'A Caixa que lute'coronavirusbrasilAnvisa tem até 1º de maio para avaliar uso emergencial de Regen-CovFeminicídio: mulher é assassinada a facadas e mordidas pelo companheiroNo Colégio Humboldt, na zona sul, o ensino fundamental 1, que poderia receber até 35% dos estudantes, teve só 20% dos alunos. A adesão foi menor ainda nas etapas seguintes, com alunos mais velhos. O aval do governo estadual, dado em cima da hora, também pode ter contribuído para a baixa adesão. Algumas famílias viajaram para cidades do interior, em meio à piora da pandemia. A volta às aulas na capital estava condicionada ao fim da fase emergencial, decretada só na sexta-feira pelo governo estadual.
No Colégio Magno, na zona sul, foram à escola nesta segunda 25% dos estudantes. O porcentual de presença foi menor ainda no Agostiniano Mendel, na zona leste, que teve 12,5% dos alunos - no primeiro dia de aulas, em fevereiro, foram 21,8%. A escola atribui a queda à semana de provas.
Balanço do Sindicato dos Estabelecimentos de Ensino de São Paulo (Sieeesp) indicou frequência de 20% a 25%. O presidente do Sieeesp, Benjamin Ribeiro, estima que até o fim da semana, a adesão chegue aos 35% - limite na fase vermelha.
Na Escola Móbile, na zona sul, compareceram nesta segunda metade dos alunos esperados. Segundo a escola, o porcentual se deve ao fato de que o colégio recomendou que os pais privilegiassem o ensino remoto nesta semana. Nas escolas da rede Luminova, dos 735 que poderiam frequentar as aulas, só 210 estiveram presentes.
Os colégios Pentágono, na zona oeste, Mary Ward, na leste, e Franciscano Pio XII, na sul, também não atingiram o porcentual máximo de 35% - a frequência ficou entre 20% e 25%.
Para Luiz Antonio Barbagli, presidente do Sindicato dos Professores de São Paulo (Sinpro-SP), a baixa adesão tem relação com o medo das famílias. O Sinpro-SP não tinha nesta segunda-feira um balanço da adesão dos professores à greve da categoria. Segundo o sindicato, pelo menos 30 escolas não reabriram para aulas presenciais.
Embate
A decisão de manter fechado o Colégio Santa Cruz, na zona oeste, motivou críticas de pais de alunos insatisfeitos. Eles ameaçaram entrar na Justiça contra a escola, tirar os filhos do colégio e até pediram a demissão do diretor.
O advogado Alessandro Ghilardi, de 42 anos, é um dos que estuda trocar o filho, de 9 anos, de colégio. "A postura da escola durante a pandemia nunca foi a favor dos alunos", disse o pai, que também critica a cobrança da mensalidade cheia. "Eles nunca colocaram as crianças em primeiro lugar. As preocupações são sempre genéricas, com a sociedade, com a comunidade", disse o empresário Bruno Zangari, de 40 anos.
No fim de semana, grupos de WhatsApp de pais tiveram debates acalorados sobre a opção do colégio. Famílias favoráveis à decisão do Santa Cruz assinaram uma carta de apoio à direção. Para a empresária Ana Leite, de 50 anos, a preocupação com as aulas presenciais das crianças é legítima, mas incomoda a forma de protesto. "O problema é apelar para querer derrubar o diretor, para medida judicial. Há tempos atrás, queriam fazer manifestação na porta da casa do diretor. Parece briga de 5.ª série", diz. O Santa Cruz informou, por meio de nota, que "respeita as opiniões e as decisões das famílias e prefere tratar as questões individualmente com elas".
O que é um lockdown?
Vacinas contra COVID-19 usadas no Brasil
- Oxford/Astrazeneca
- CoronaVac/Butantan
- Janssen
- Pfizer
Minas Gerais tem 10 vacinas em pesquisa nas universidades
Como funciona o 'passaporte de vacinação'?
Quais os sintomas do coronavírus?
Confira os principais sintomas das pessoas infectadas pela COVID-19:
- Febre
- Tosse
- Falta de ar e dificuldade para respirar
- Problemas gástricos
- Diarreia
Em casos graves, as vítimas apresentam
- Pneumonia
- Síndrome respiratória aguda severa
- Insuficiência renal
Os tipos de sintomas para COVID-19 aumentam a cada semana conforme os pesquisadores avançam na identificação do comportamento do vírus.
Entenda as regras de proteção contra as novas cepas
Mitos e verdades sobre o vírus
Nas redes sociais, a propagação da COVID-19 espalhou também boatos sobre como o vírus Sars-CoV-2 é transmitido. E outras dúvidas foram surgindo: O álcool em gel é capaz de matar o vírus? O coronavírus é letal em um nível preocupante? Uma pessoa infectada pode contaminar várias outras? A epidemia vai matar milhares de brasileiros, pois o SUS não teria condições de atender a todos? Fizemos uma reportagem com um médico especialista em infectologia e ele explica todos os mitos e verdades sobre o coronavírus.Para saber mais sobre o coronavírus, leia também:
- Veja onde estão concentrados os casos em BH
Coronavírus: o que fazer com roupas, acessórios e sapatos ao voltar para casa
Animais de estimação no ambiente doméstico precisam de atenção especial
Coronavírus x gripe espanhola em BH: erros (e soluções) são os mesmos de 100 anos atrás