Depois de entregar mais 1 milhão de doses da vacina CoronaVac ao Ministério da Saúde, na manhã desta quarta-feira (14/4), e completar a disponibilização de 40,7 milhões de unidades do imunizante ao Programa Nacional de Imunização (PNI), o Instituto Butantan anunciou que não conseguirá completar a entrega dos 46 milhões de doses até o final de abril, como estava previsto pelo instituto.
Butantan ainda tem 700 mil doses da CoronaVac prontas para serem entregues ao governo federal, mas depende da chegada dos insumos para produzir o restante dos 4,6 milhões de unidades e completar 46 milhões.
Segundo o diretor do Instituto Butantan, Dimas Covas, o novo lote de 3 mil litros do Ingrediente Farmacêutico Ativo (IFA), que consegue produzir mais 5 milhões de doses do imunizante, chegará ao Brasil na próxima segunda-feira (19/4). “Isso vai permitir a retomada da entrega a partir de 3 de maio”, disse Covas.
A nova previsão feita pelo Butantan é de que os 4,6 milhões de doses faltantes para completar a entrega de 46 milhões de unidades da CoronaVac serão liberados até 10 de maio. “Em maio, até o dia 10, nós entregaremos as 46 milhões e já iniciamos a entrega de 54 milhões de doses adicionais”, completou o diretor do instituto.
O Ministério da Saúde fechou dois contratos com o Instituto Butantan. O primeiro garantiu 46 milhões de doses da CoronaVac, já o segundo adquiriu novas 54 milhões de doses adicionais. Segundo o governador do estado de São Paulo, João Doria, o total de 100 milhões de vacinas será entregue até 30 de agosto.
Novo lote
O instituto ainda espera receber um outro lote de IFA, também de 3 mil litros, ainda em abril. No entanto, Covas ressaltou que este lote não tem autorização para importação. “O segundo lote de 3 mil litros não tem autorização. O material está pronto, mas não temos a autorização para fazer a importação desse material”, disse em coletiva de imprensa mais cedo.
Mesmo com os atrasos nas próprias entregas, o governador João Doria reafirmou o compromisso de entregar 100 milhões de doses ao PNI até agosto. "Esperamos que não tenhamos nenhum problema. Nem diplomático, nem de ordem técnica. Até aqui, tudo tem funcionado muito bem". Ele relembrou que a CoronaVac, atualmente, é responsável por vacinar oito a cada 10 brasileiros e, mesmo ao comemorar o anúncio da chegada de 15,5 milhões de doses da Pfizer até junho, alfinetou o governo federal.
"É muito bom ter anúncio de mais vacinas. Até agora são expectativas de uma enxurrada de vacinas. O fato é que a única (vacina) que tivemos uma enxurrada foi a do Butantan. Espero que o Ministério da Saúde, o governo federal, consigam materializar aquilo que falam, porque falam muito e entregam pouco", criticou Doria.
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Vacinas contra COVID-19 usadas no Brasil
- Oxford/Astrazeneca
Produzida pelo grupo britânico AstraZeneca, em parceria com a Universidade de Oxford, a vacina recebeu registro definitivo para uso no Brasil pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). No país ela é produzida pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz).
- CoronaVac/Butantan
Em 17 de janeiro, a vacina desenvolvida pela farmacêutica chinesa Sinovac, em parceria com o Instituto Butantan no Brasil, recebeu a liberação de uso emergencial pela Anvisa.
- Janssen
A Anvisa aprovou por unanimidade o uso emergencial no Brasil da vacina da Janssen, subsidiária da Johnson & Johnson, contra a COVID-19. Trata-se do único no mercado que garante a proteção em uma só dose, o que pode acelerar a imunização. A Santa Casa de Belo Horizonte participou dos testes na fase 3 da vacina da Janssen.
- Pfizer
A vacina da Pfizer foi rejeitada pelo Ministério da Saúde em 2020 e ironizada pelo presidente Jair Bolsonaro, mas foi a primeira a receber autorização para uso amplo pela Anvisa, em 23/02.
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Como funciona o 'passaporte de vacinação'?
Os chamados passaportes de vacinação contra COVID-19 já estão em funcionamento em algumas regiões do mundo e em estudo em vários países. Sistema de controel tem como objetivo garantir trânsito de pessoas imunizadas e fomentar turismo e economia. Especialistas dizem que os passaportes de vacinação impõem desafios éticos e científicos.
Quais os sintomas do coronavírus?
Confira os principais sintomas das pessoas infectadas pela COVID-19:
- Febre
- Tosse
- Falta de ar e dificuldade para respirar
- Problemas gástricos
- Diarreia
Em casos graves, as vítimas apresentam
- Pneumonia
- Síndrome respiratória aguda severa
- Insuficiência renal
Os tipos de sintomas para COVID-19 aumentam a cada semana conforme os pesquisadores avançam na identificação do comportamento do vírus.
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