Um artigo publicado nesta quarta-feira (14/4) na revista Science, uma das revistas científicas mais prestigiadas do mundo, indicou que a “inação do governo brasileiro” gerou um agravamento na pandemia de COVID-19 ao lado do sistema de saúde em colapso.
A revista cita a promoção de remédios ineficazes pelo governo federal e a falta de um plano nacional como grandes culpados pelos 358.718 mortos no país.
A revista cita a promoção de remédios ineficazes pelo governo federal e a falta de um plano nacional como grandes culpados pelos 358.718 mortos no país.
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Conduzido por pesquisadores brasileiros e norte-americanos, o artigo aponta que a "perigosa inação e irregularidades" do governo brasileiro, "incluindo a promoção da cloroquina como tratamento," geraram agravamento da pandemia no Brasil, aceleraram mortes e casos e levaram o sistema de saúde ao colapso.
“No Brasil, a resposta federal tem sido uma combinação perigosa de inação e irregularidades, incluindo a promoção da cloroquina como tratamento, apesar da falta de evidências”, escrevem os cientistas.
Segundo o artigo, o Sistema Único de Saúde (SUS) poderia ter dado uma resposta eficaz à pandemia, mas a falta de incentivo e ações imediatas, tendo em vista o negacionismo do Planalto, travam a contenção do vírus.
“Sem uma estratégia nacional coordenada, as respostas locais variaram em forma, intensidade, duração e horários de início e fim, até certo ponto associadas a alinhamentos políticos. O país tem visto taxas de ataque muito altas e carga desproporcionalmente maior entre os mais vulneráveis %u200B%u200Biluminando as desigualdades locais”, pontuam.
Os ciêntistas também citam a variante brasileira de Manaus, na qual eles qualificam como "uma nova variante de preocupação que é estimada em 1,4-2,2 vezes mais transmissível e capaz de escapar da imunidade de infecção anterior”.
“Essa variante está se espalhando por todo o país. Tornou-se o mais prevalente em circulação em seis dos oito estados onde as investigações foram realizadas”, escreveram.
“Essa variante está se espalhando por todo o país. Tornou-se o mais prevalente em circulação em seis dos oito estados onde as investigações foram realizadas”, escreveram.
Ainda segundo o artigo, o Brasil deve enfrentar fome e miséria caso nada seja feito com urgência. “O fracasso em evitar essa nova rodada de propagação facilitará o surgimento de novos VOCs [variantes de preocupação], isolará o Brasil como uma ameaça à segurança da saúde global e levará a uma crise humanitária completamente evitável”, finaliza.
O que é um lockdown?
Saiba como funciona essa medida extrema, as diferenças entre quarentena, distanciamento social e lockdown, e porque as medidas de restrição de circulação de pessoas adotadas no Brasil não podem ser chamadas de lockdown.
Vacinas contra COVID-19 usadas no Brasil
- Oxford/Astrazeneca
Produzida pelo grupo britânico AstraZeneca, em parceria com a Universidade de Oxford, a vacina recebeu registro definitivo para uso no Brasil pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). No país ela é produzida pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz).
- CoronaVac/Butantan
Em 17 de janeiro, a vacina desenvolvida pela farmacêutica chinesa Sinovac, em parceria com o Instituto Butantan no Brasil, recebeu a liberação de uso emergencial pela Anvisa.
- Janssen
A Anvisa aprovou por unanimidade o uso emergencial no Brasil da vacina da Janssen, subsidiária da Johnson & Johnson, contra a COVID-19. Trata-se do único no mercado que garante a proteção em uma só dose, o que pode acelerar a imunização. A Santa Casa de Belo Horizonte participou dos testes na fase 3 da vacina da Janssen.
- Pfizer
A vacina da Pfizer foi rejeitada pelo Ministério da Saúde em 2020 e ironizada pelo presidente Jair Bolsonaro, mas foi a primeira a receber autorização para uso amplo pela Anvisa, em 23/02.
Minas Gerais tem 10 vacinas em pesquisa nas universidades
Como funciona o 'passaporte de vacinação'?
Os chamados passaportes de vacinação contra COVID-19 já estão em funcionamento em algumas regiões do mundo e em estudo em vários países. Sistema de controel tem como objetivo garantir trânsito de pessoas imunizadas e fomentar turismo e economia. Especialistas dizem que os passaportes de vacinação impõem desafios éticos e científicos.
Quais os sintomas do coronavírus?
Confira os principais sintomas das pessoas infectadas pela COVID-19:
- Febre
- Tosse
- Falta de ar e dificuldade para respirar
- Problemas gástricos
- Diarreia
Em casos graves, as vítimas apresentam
- Pneumonia
- Síndrome respiratória aguda severa
- Insuficiência renal
Os tipos de sintomas para COVID-19 aumentam a cada semana conforme os pesquisadores avançam na identificação do comportamento do vírus.
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