Diante da polêmica sobre a nebulização de hidroxicloroquina para tratamento da COVID-19, que provocou mortes no Brasil, o ministro da Secretaria-Geral da Presidência da República, Onyx Lorenzoni, excluiu no Twitter post de 20 de março em que enaltece a prática.
Lorenzoni postou um vídeo mostrando uma paciente que teria se curado após fazer a nebulização com a hidroxicloroquina. Mas a paciente piorou após a inalação e morreu, na verdade, 18 dias antes da postagem do ministro.
Nas imagens, a paciente fala com a médica sobre o tratamento, dizendo ter melhorado. "Decisão da médica em conjunto com a paciente", escreveu o ministro na legenda. A publicação foi repostada quase 4 mil vezes e teve diversos comentários, além de cerca de 140 mil visualizações e milhares de curtidas.
A médica que disseminou o vídeo, responsável pelo procedimento, é Michelle Chechter, que acaba de ser afastada de suas funções na maternidade Instituto da Mulher Dona Lindu, em Manuas, onde indicou a nebulização com hidroxicloroquina para duas pacientes. Uma delas acabou morrendo pouco tempo depois de ter um filho.
O tratamento é experimental e sem eficácia comprovada, baseado em um medicamento desaconselhado pela Organização Mundial de Saúde (OMS), justamente pela ineficácia e risco de eventos adversos graves.
No Rio Grande do Sul, outros três spacientes submetidos ao tratamento morreram, em Camaquã, e outro caso foi registrado no estado, em Caridade de Alecrim, onde um paciente de 69 anos que recebeu o tratamento também faleceu.