Um enxame atacou vários de cães na noite da última terça-feira (13/4), no Distrito Federal. Dois animais acabaram morrendo antes de serem socorridos em consequência das picadas. Eles viviam em um abrigo. Outros três cães do lugar precisaram ser internados por complicações das ferroadas. Dois cachorros da casa vizinha ao abrigo também se feriram.
A professora Gabriela Corrêa é a proprietária do abrigo Adoce uma Vida, que funciona em uma casa alugada na região, e não estava no local na hora do ataque. Na manhã seguinte, ela foi alertada pela vizinha do que havia acontecido.
"Peguei o carro e corri para lá, ligando para bombeiro e veterinário. Passei chorando de desespero, primeiro porque a gente não viu a tempo. Se tivesse visto, não teria perdido esses dois, mas não teve barulho, foi uma coisa muito silenciosa", relata.
Ao chegar à casa, Gabriela se deparou com os animais desfalecidos e várias abelhas mortas pelo chão. Ela levou os feridos ao veterinário. Um deles teve sequelas neurológicas pela grande quantidade de picadas.
O Corpo de Bombeiros Militar do Distrito Federal (CBMDF) chegou a ser acionado, mas não conseguiu resgatar os bichos. "Foi averiguado se havia alguma colmeia estabelecida no local ou na vizinhança, mas foi constatado que se tratava de enxame migratório, não houve atuação da equipe na questão de captura dos insetos", informou a corporação.
Segundo Gabriela, a colmeia estava na casa da vizinha, que agora tenta resolver a situação. Enquanto isso, ela se planeja para instalar telas no canil para evitar novos ataques. Parte dos cães e gatos que dormiam do lado de fora da casa foram colocados para dentro e nove animais estão em lares temporários.
Ao todo, Gabriela cuida de 30 cachorros e 20 gatos no abrigo e sonha em comprar uma chácara onde possa alocá-los. Para tanto, promove uma vaquinha virtual para arrecadar recursos. Paralelamente, a professora também realiza rifas para juntar dinheiro e pagar as contas e custos com os animais: são oito sacos de ração por mês. "Assim que a gente conseguir um lugar para comprar, a gente vai construir e mudar para lá e vai ficar bem mais fácil".
A relação com os animais começou em 2017, quando Gabriela dava aulas em uma escola na zona rural. "Uma gata me adotou. Depois disso entrou uma cachorra sangrando na minha sala de aula. Liguei para minha mãe e avisei que estava voltando para casa com cinco cachorros. Ela tinha parido", conta.
Ela postava o dia-a-dia com os animais nas redes sociais para obter ajuda para mantê-los. Desde então, já vendeu até dindin no carnaval para arrecadar fundos. A mãe dela comercializa doces para ajudar a filha. "A gente faz o que pode e o que não pode por eles", afirma.