O secretário de Atenção Primária à Saúde, Raphael Câmara Medeiros, afirmou nesta sexta-feira (16/4) que o Ministério da Saúde considera incluir todas as grávidas e puérperas na campanha nacional de vacinação contra a COVID-19. Pelas regras atuais, gestantes que apresentem comorbidades estão no plano de vacinação.
Segundo Medeiros, "praticamente todos os especialistas em ginecologia obstetrícia tem uma sugestão e pedem com bastante força que todas gestantes entrem nesta recomendação, já estamos em tratativas avançadas".
Entretanto, o secretário ressalva que "por definição, a gestação é um período trombótico", ou seja, que favorece a formação de coágulos sanguíneos e a obstrução de vasos sanguíneos. "Nós temos que ter muito cuidado porque algumas vacinas, mesmo de forma muito rara, estão mostrando alguns efeitos colaterais neste sentido e a gente sabe que com grávida, além de se preocupar com ela, tem de se preocupar com o bebê também", afirmou.
"Qualquer recomendação para grávidas tem de ser feita com muito cuidado e técnica para não errar. Não podemos nunca esquecer o caso da talidomida na década de 50", completou o secretário mencionando medicamento sedativo prescrito com frequência durante meados do século passado, que, entre os efeitos colaterais, apresentava a má-formação de fetos.
Medeiros participou nesta sexta de entrevista coletiva para anunciar a destinação de R$ 248 milhões em ações para grávidas no País. A presença do ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, havia sido anunciada para o evento, porém o ministro não compareceu. Na aquinta-feira (15/4), o Senado aprovou projeto que prevê o trabalho remoto para as funcionárias gestantes durante a pandemia de COVID-19. O projeto segue para a sanção presidencial.