A Secretaria Municipal de Cidadania do Rio de Janeiro entrou nessa segunda-feira (19/4) com uma notícia-crime contra o cantor Latino por intolerância religiosa. A denúncia foi apresentada na Delegacia de Crimes Raciais e Delitos de Intolerância (Decradi) da capital fluminense.
Átila Nunes, secretário da pasta, alega que Latino estimulou a intolerância religiosa ao acusar adeptos de religiões de matriz africana pela morte do seu macaco, em 2018.
Segundo o portal G1, a declaração teria sido dada durante entrevista para um podcast na quarta-feira (14/4) da semana passada. Um trecho da acusação do cantor foi reproduzido no ofício:
“Nessa parada de centro espírita, nesse bagulho de macumba, os caras fazem trabalhos pesados pra infernizar a vida do outro. E aí fizeram um trabalho, sei lá, de ebó… Sei lá que p* que chama essa m* de ‘macumbaria’”, disse Latino.
O secretário acredita que a declaração do cantor é "uma clara violação à liberdade religiosa".
Ele afirma, ainda, que ''é lamentável que uma pessoa pública use o seu espaço na mídia para propagar mensagem preconceituosa e que contribui para alimentar a intolerância contra as religiões de matriz africana. Não podemos ignorar o que aconteceu ou normalizar uma ofensa à crença do próximo.”
Em nota, a secretaria ressaltou que o código penal estabelece, em seu artigo 208, aplicação de multa e detenção de um mês a um ano para quem “escarnecer de alguém publicamente, por motivo de crença ou função religiosa.”
O caso já está sendo investigado pela polícia.
O caso já está sendo investigado pela polícia.
Posicionamento do cantor
A assessoria de Latino informou que ele não vai se pronunciar até que seja intimado oficialmente em relação ao caso de intolerância religiosa.
Na sexta-feira (16/4), o cantor divulgou, no Twitter, uma entrevista ao jornal O Dia em que afirma não querer se justificar a respeito da declaração e pede desculpas pela fala.
https://t.co/yU0yWwRFbm pic.twitter.com/Gyf8agPthu
%u2014 LATINO (@Latinooficial) April 16, 2021
*Estagiária sob supervisão da subeditora Kelen Cristina