O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) chamou a nova vacina contra covid-19 desenvolvida pelo Instituto Butantan de "mandrake". A entidade, que é ligada ao governo de São Paulo e já desenvolveu a Coronavac em parceria com o laboratório chinês Sinovac, trabalha agora para criar um imunizante brasileiro, a Butanvac.
Bolsonaro atacou o instituto ao convidar o ministro da Ciência e Tecnologia, Marcos Pontes, para falar sobre uma vacina totalmente produzida no País por pesquisadores de Ribeirão Preto. "Essa é 100% brasileira, não é? Essa não é aquela 'mandrake' de São Paulo não, né? Essa é 100% brasileira. Como ela está? Qual o nome dela?", provocou o presidente, nesta quinta-feira, 22, durante transmissão ao vivo para as redes sociais.
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O instituto também é responsável pelo desenvolvimento da Coronavac, em parceria com a fabricante Sinovac, da China. Essa vacina é o principal imunizante à disposição dos brasileiros, hoje, representando mais de 80% das doses já aplicadas, segundo dados do próprio governo.
A tecnologia da Butanvac, apresentada pelo Instituto Butantan como sendo 100% nacional, foi desenvolvida no ano passado por pesquisadores do Instituto Mount Sinai, de Nova York. Em nota posterior, o Butantan reconheceu que "firmou parceria e tem a licença de uso e exploração de parte da tecnologia, que foi desenvolvida pela Icahn School of Medicine do Hospital Mount Sinai de Nova Iorque, para obter o vírus".
Presidente volta a criticar lockdown
Na transmissão desta quinta-feira, 22, o presidente voltou a criticar medidas duras de isolamento social, recomendada por autoridades sanitárias para conter a disseminação do novo coronavírus. "Passou um ano e continuam fazendo lockdown como se fosse remédio para acabar com o vírus. Na verdade, está empobrecendo cada vez mais nossa população", disse.
Ao falar sobre covid-19, o presidente defendeu, mais uma vez, o uso de medicamento sem eficácia comprovada contra a doença. "Por que não se pode falar em remédio, meu Deus do céu? Ano passado eu falei em remédio e fui massacrado. Eu tomei um negócio no ano passado (hidroxicloroquina). Se eu tiver problema de novo, vou tomar. Não faz mal", afirmou.