A uma semana de encerrar o mês de abril, o Brasil caminha para não cumprir, mais uma vez, o cronograma de vacinas contra a COVID-19. O ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, atualizou o compromisso de entregar 30,5 milhões de doses dos imunizantes ao Programa Nacional de Imunização (PNI).
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Hoje, a Fiocruz disponibiliza 5 milhões de doses da vacina de Oxford/AstraZeneca. Os envios ao Ministério da Saúde serão feitos às sextas-feiras e não mais duas vezes na semana. A mudança foi acordada junto à pasta e aos conselhos de secretários de saúde estaduais e municipais (Conass e Conasems), “em razão de questões logísticas relacionadas à distribuição das vacinas”, justificou a fundação. Contando com o montante, a Fiocruz ainda precisa entregar mais 6,7 milhões de doses para honrar o compromisso do mês.
Os estados recebem, ainda em abril, 700 mil doses da CoronaVac que foram entregues ao governo federal a partir da IFA de importações anteriores. “As entregas das novas doses ao PNI (Programa Nacional de Imunizações) deverão ser retomadas na primeira semana de maio”, informou o Butantan, em nota à imprensa.
Não há confirmação do envio da nova remessa de 3 mil litros de IFA, suficientes para produzir outros 5 milhões de doses e dar continuidade ao acordo de 100 milhões de unidades negociadas com a pasta de Saúde. Segundo o instituto paulista, a liberação “aguarda autorização para embarque e deve chegar nas próximas semanas a São Paulo”.
Contando com as doses que foram distribuídas pelo ministério na quianta-feira (22/4), o Butantan entregou 41,4 milhões de unidades ao PNI. O ritmo de entrega de abril foi mais de quatro vezes menor do que o de março. Neste mês, foram disponibilizadas mais 5,2 milhões de doses; em março, 22,7 milhões.
Queiroga
Somando as duas iniciativas, o país fecharia abril com 24 milhões de doses incorporadas ao PNI, 6,5 milhões a menos do que o anunciado por Queiroga. Ao responder sobre os atrasos, o ministro afirmou ser necessário “parar de contar vacinas” e “deixar de ver só problema” no âmbito da pandemia. “Na realidade, a gente está aqui para dar solução à nossa população. Fica com essa coisa de contar doses de vacina. Vamos vacinar a população brasileira”, disse, na última coletiva, a jornalistas. Na ocasião, ele afirmou que a nova expectativa é terminar a vacinação do grupo prioritário, que engloba 77 milhões de brasileiros, em setembro. A previsão anterior era encerrar essa etapa em julho.
Para que abril se encerre com um quantitativo maior de doses, os governadores fazem pressão para aprovação da importação e do uso emergencial da vacina Sputnik V, com contrato firmado de 37 milhões de doses, além de produção nacional autônoma de 800 mil doses mensais pela União Química.
Outra esperança é a chegada de doses da Pfizer, que já possui autorização de uso no país. Há previsão de um milhão de unidades, pela farmacêutica, e outras 800 mil, por meio da aliança multilateral Covax Facility.
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Saiba como funciona essa medida extrema, as diferenças entre quarentena, distanciamento social e lockdown, e porque as medidas de restrição de circulação de pessoas adotadas no Brasil não podem ser chamadas de lockdown.
Vacinas contra COVID-19 usadas no Brasil
- Oxford/Astrazeneca
Produzida pelo grupo britânico AstraZeneca, em parceria com a Universidade de Oxford, a vacina recebeu registro definitivo para uso no Brasil pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). No país ela é produzida pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz).
- CoronaVac/Butantan
Em 17 de janeiro, a vacina desenvolvida pela farmacêutica chinesa Sinovac, em parceria com o Instituto Butantan no Brasil, recebeu a liberação de uso emergencial pela Anvisa.
- Janssen
A Anvisa aprovou por unanimidade o uso emergencial no Brasil da vacina da Janssen, subsidiária da Johnson & Johnson, contra a COVID-19. Trata-se do único no mercado que garante a proteção em uma só dose, o que pode acelerar a imunização. A Santa Casa de Belo Horizonte participou dos testes na fase 3 da vacina da Janssen.
- Pfizer
A vacina da Pfizer foi rejeitada pelo Ministério da Saúde em 2020 e ironizada pelo presidente Jair Bolsonaro, mas foi a primeira a receber autorização para uso amplo pela Anvisa, em 23/02.
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Como funciona o 'passaporte de vacinação'?
Os chamados passaportes de vacinação contra COVID-19 já estão em funcionamento em algumas regiões do mundo e em estudo em vários países. Sistema de controel tem como objetivo garantir trânsito de pessoas imunizadas e fomentar turismo e economia. Especialistas dizem que os passaportes de vacinação impõem desafios éticos e científicos.
Quais os sintomas do coronavírus?
Confira os principais sintomas das pessoas infectadas pela COVID-19:
- Febre
- Tosse
- Falta de ar e dificuldade para respirar
- Problemas gástricos
- Diarreia
Em casos graves, as vítimas apresentam
- Pneumonia
- Síndrome respiratória aguda severa
- Insuficiência renal
Os tipos de sintomas para COVID-19 aumentam a cada semana conforme os pesquisadores avançam na identificação do comportamento do vírus.
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Mitos e verdades sobre o vírus
Nas redes sociais, a propagação da COVID-19 espalhou também boatos sobre como o vírus Sars-CoV-2 é transmitido. E outras dúvidas foram surgindo: O álcool em gel é capaz de matar o vírus? O coronavírus é letal em um nível preocupante? Uma pessoa infectada pode contaminar várias outras? A epidemia vai matar milhares de brasileiros, pois o SUS não teria condições de atender a todos? Fizemos uma reportagem com um médico especialista em infectologia e ele explica todos os mitos e verdades sobre o coronavírus.Para saber mais sobre o coronavírus, leia também:
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