Os balanços diários da COVID-19 divulgados pelo Ministério da Saúde indicam que o Brasil encerrará a semana epidemiológica 16 seguindo o ritmo de queda observado desde a semana anterior. No entanto, devido ao represamento dos números, os indicadores não refletem a situação atual e, sem a continuidade dos cuidados para manter o declínio da curva, a tendência é de que haja interrupção do processo.
Já é o que acontece em sete estados brasileiros, que dão indícios de que as quedas não estão mais acontecendo e que as atualizações podem estagnar em valores muito superiores aos picos da primeira onda, em 2020.
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Fiocruz: mortes de jovens de 20 a 29 anos por COVID-19 aumentam no BrasilButantan pede à Anvisa autorização para iniciar testes com vacina ButanvacOMS: Brasil prometeu aumentar produção de vacinas contra covid-19 para si e CovaxCOVID: Brasil não deve cumprir cronograma de vacinação prometido para abrilcoronavirusbrasilConass: Brasil contabiliza 2.914 mortes por COVID-19 em 24 horasNo novo Boletim InfoGripe, da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), os pesquisadores alertam para a interrupção da tendência de diminuição da curva no Amazonas, Amapá, Mato Grosso, Rio de Janeiro, Rio Grande do Norte, Rio Grande do Sul e Roraima.
Nas capitais, o mesmo indício é observado em Boa Vista, Florianópolis, Fortaleza, Porto Alegre, Macapá, Manaus, Natal e Teresina, situação já apontada no boletim anterior. Agora, Curitiba entra para este rol.
Nas capitais, o mesmo indício é observado em Boa Vista, Florianópolis, Fortaleza, Porto Alegre, Macapá, Manaus, Natal e Teresina, situação já apontada no boletim anterior. Agora, Curitiba entra para este rol.
Na avaliação do coordenador do InfoGripe, Marcelo Gomes, o levantamento acendeu um alerta. "Causa grande preocupação esses estados e capitais apresentarem uma interrupção na queda estando em valores muito altos. O simples fato de parar de estabilizar não garante tranquilidade."
O ritmo é atribuído às flexibilizações que, aos poucos, têm contribuído para aumentar a mobilidade social, principal fator que, na avaliação de especialistas, contribui para a transmissão da COVID-19. "Enquanto não se chegar a um valor baixo não se poderia falar em retomada", alerta Gomes.
Das outras 20 unidades federativas, apenas o Maranhão não está com sinais de queda, mas de platô (estabilização) em altos patamares. Mas, caso haja uma liberação de atividades descoordenada, sem considerar os indicadores, a tendência é de que os ritmos de declínio se estabilizem nas alturas, com números muito mais dramáticos do que em 2020, testando diariamente a capacidade dos hospitais, sem alívio ao sistema de saúde e, como consequência, diminuindo a capacidade de um bom e adequado atendimento aos novos pacientes.
"É recomendável cautela quanto a eventuais relaxamentos das medidas de distanciamento enquanto a redução não for suficiente para uma retomada segura às atividades", afirma Gomes, acrescentando que o tempo mínimo para se verificar uma tendência de queda é de duas semanas observando os números baixarem.
As novas análises se referem aos dados da semana epidemiológica 15, última encerrada, a partir dos casos positivos para Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG), em que cerca de 90% dos casos são associados à covid-19.
Outros vírus
O aumento da interação também contribui para a transmissão de outros patógenos respiratórios, como é o caso do vírus sincicial respiratório (VSR). No boletim InfoGripe, os pesquisadores alertam para o aumento de casos da doença, com cerca de 200 novos registros semanais entre 14 de fevereiro e 27 de março.
Os registros aumentaram sobretudo em São Paulo, Rio de Janeiro e Distrito Federal. Para distinguir o VSR da covid-19 é necessário um teste laboratorial, já que ambas as doenças têm como sintomas a dor de garganta, febre e dificuldade para respirar. A VSR é mais comum em crianças e pode agravar e levar à morte.
O que é um lockdown?
Saiba como funciona essa medida extrema, as diferenças entre quarentena, distanciamento social e lockdown, e porque as medidas de restrição de circulação de pessoas adotadas no Brasil não podem ser chamadas de lockdown.
Vacinas contra COVID-19 usadas no Brasil
- Oxford/Astrazeneca
Produzida pelo grupo britânico AstraZeneca, em parceria com a Universidade de Oxford, a vacina recebeu registro definitivo para uso no Brasil pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). No país ela é produzida pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz).
- CoronaVac/Butantan
Em 17 de janeiro, a vacina desenvolvida pela farmacêutica chinesa Sinovac, em parceria com o Instituto Butantan no Brasil, recebeu a liberação de uso emergencial pela Anvisa.
- Janssen
A Anvisa aprovou por unanimidade o uso emergencial no Brasil da vacina da Janssen, subsidiária da Johnson & Johnson, contra a COVID-19. Trata-se do único no mercado que garante a proteção em uma só dose, o que pode acelerar a imunização. A Santa Casa de Belo Horizonte participou dos testes na fase 3 da vacina da Janssen.
- Pfizer
A vacina da Pfizer foi rejeitada pelo Ministério da Saúde em 2020 e ironizada pelo presidente Jair Bolsonaro, mas foi a primeira a receber autorização para uso amplo pela Anvisa, em 23/02.
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Como funciona o 'passaporte de vacinação'?
Os chamados passaportes de vacinação contra COVID-19 já estão em funcionamento em algumas regiões do mundo e em estudo em vários países. Sistema de controel tem como objetivo garantir trânsito de pessoas imunizadas e fomentar turismo e economia. Especialistas dizem que os passaportes de vacinação impõem desafios éticos e científicos.
Quais os sintomas do coronavírus?
Confira os principais sintomas das pessoas infectadas pela COVID-19:
- Febre
- Tosse
- Falta de ar e dificuldade para respirar
- Problemas gástricos
- Diarreia
Em casos graves, as vítimas apresentam
- Pneumonia
- Síndrome respiratória aguda severa
- Insuficiência renal
Os tipos de sintomas para COVID-19 aumentam a cada semana conforme os pesquisadores avançam na identificação do comportamento do vírus.
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