A Prefeitura de São Paulo se prepara para receber 120 mil doses de vacinas contra a covid-19 da Pfizer em 3 de maio, apurou a reportagem. A gestão municipal, no entanto, elabora um plano diferenciado de aplicação do imunizante, possivelmente direcionando-o a regiões da cidade e grupos específicos, o que hoje não acontece com a Coronavac ou com a vacina da AstraZeneca.
A estratégia será adotada considerando as condições de armazenamento da vacina da Pfizer. O profilático exige armazenamento em temperaturas baixíssimas, em torno de 75 graus Celsius abaixo de zero. "Por isso, vamos utilizar a Pfizer em um contingente de pessoas ou em regiões em que possamos ter a programação de segunda dose muito bem ajustada. Ainda estamos definindo como será feito esse controle", disse à reportagem um integrante da secretaria municipal de Saúde. A Prefeitura também pretende fazer reserva de segunda dose da Pfizer.
O Ministério da Saúde deve receber 1 milhão de doses da vacina da farmacêutica americana até sexta-feira, 30, e pretende repassá-las apenas a municípios com equipamentos de refrigeração adequados à forma de estocagem necessária. O governo federal, contudo, ainda não detalhou o contingente a ser entregue a cada localidade.
A chegada de doses da Pfizer deve ajudar a Prefeitura de São Paulo em um contexto de escassez de vacinas contra o novo coronavírus. O carro-chefe de administração de primeira dose na Capital, neste momento, é o imunizante desenvolvido pela AstraZeneca em parceria com a Universidade de Oxford, devido aos problemas com insumos enfrentados recentemente pelo Instituto Butantan para envasar a Coronavac.
"Por isso, os próximos grupos que serão vacinados, como idosos de 60 anos, pacientes de hemodiálise, metroviários etc., receberão a vacina da AstraZeneca. A próxima remessa de Coronavac será destinada à segunda dose. Nesse momento, só estamos recebendo AstraZeneca", diz uma fonte sob a condição de anonimato. O Butantan retomou o envase da vacina produzida em parceria com a chinesa Sinovac na última terça-feira, depois de quase duas semanas de paralisação com o atraso na entrega do insumo farmacêutico ativo (IFA).
A vacina da AstraZeneca, envasada no Brasil pelo Instituto Oswaldo Cruz (FioCruz), exige intervalo de três meses entre a primeira e a segunda dose para completar o processo de imunização. Já a Coronavac pode ser administrada em um intervalo menor, de 21 a 28 dias.
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