Pacientes com COVID-19 internados em leitos de UTI ou emergência em São Paulo estão proibidos de se comunicar com parentes por vídeos e telechamadas. É a determinação do Conselho Regional de Medicina de São Paulo (Cremesp), que vale para infectados que estejam intubados, sedados ou em coma no estado. Em parecer, o conselho justifica a medida, dizendo que, em circunstâncias como essas, o paciente não tem como expressar seu consentimento para realizar as chamadas e interagir com as pessoas próximas.
O Cremesp observa regras de 2016 do Conselho Federal de Medicina e da entidade regional que vetam chamadas, filmagens ou conversas de vídeo entre pessoas hospitalizadas em UTIs e salas de emergência, sem considerar, no entanto, que a pandemia altera esse contexto, já que parentes estão naturalmente impedidos, pelas próprias características da doença, de ter acesso a hospitais e contato com os acometidos pelo coronavírus.
O parecer assinado pelo relator-conselheiro do Cremesp, Mario Jorge Tsuchiya, foi emitido e homologado em 11 de março e a decisão suscita polêmica. Representantes de entidades médicas argumentam que afastar doentes e seus familiares pode até mesmo interferir negativamente no processo de recuperação.
Em nota, o conselho divulga que "considera saudável a discussão suscitada pelas sociedades médicas sobre o tema e reforça a importância da interação tanto de pacientes com seus familiares e amigos, como também médicos e familiares de seus pacientes, além de médicos e pacientes", mas "reitera que o sigilo médico e a privacidade dos pacientes é imperativo nesse contexto (...). O parecer mencionado tem como principal objetivo preservar o sigilo e a dignidade dos pacientes, ao mesmo tempo em que não veda a incorporação de novas tecnologias, como no caso das chamadas por vídeo, por exemplo. Contudo, o uso da tecnologia deve ser sempre racional e prudente, evitando violar o sigilo".
A reportagem do Estado de Minas procurou o Conselho Regional de Medicina do Estado de Minas Gerais (CRM-MG), para comentar sobre o assunto, e assim o conselho respondeu: "Informamos que o Conselho Regional de Medicina do Estado de Minas Gerais (CRM-MG) não se manifesta sobre pareceres de outros regionais, devido à autonomia dos conselhos. Essa competência é do Conselho Federal de Medicina (CFM)", consta na nota.
O que é um lockdown?
Saiba como funciona essa medida extrema, as diferenças entre quarentena, distanciamento social e lockdown, e porque as medidas de restrição de circulação de pessoas adotadas no Brasil não podem ser chamadas de lockdown.
Vacinas contra COVID-19 usadas no Brasil
- Oxford/Astrazeneca
Produzida pelo grupo britânico AstraZeneca, em parceria com a Universidade de Oxford, a vacina recebeu registro definitivo para uso no Brasil pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). No país ela é produzida pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz).
- CoronaVac/Butantan
Em 17 de janeiro, a vacina desenvolvida pela farmacêutica chinesa Sinovac, em parceria com o Instituto Butantan no Brasil, recebeu a liberação de uso emergencial pela Anvisa.
- Janssen
A Anvisa aprovou por unanimidade o uso emergencial no Brasil da vacina da Janssen, subsidiária da Johnson & Johnson, contra a COVID-19. Trata-se do único no mercado que garante a proteção em uma só dose, o que pode acelerar a imunização. A Santa Casa de Belo Horizonte participou dos testes na fase 3 da vacina da Janssen.
- Pfizer
A vacina da Pfizer foi rejeitada pelo Ministério da Saúde em 2020 e ironizada pelo presidente Jair Bolsonaro, mas foi a primeira a receber autorização para uso amplo pela Anvisa, em 23/02.
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Como funciona o 'passaporte de vacinação'?
Os chamados passaportes de vacinação contra COVID-19 já estão em funcionamento em algumas regiões do mundo e em estudo em vários países. Sistema de controel tem como objetivo garantir trânsito de pessoas imunizadas e fomentar turismo e economia. Especialistas dizem que os passaportes de vacinação impõem desafios éticos e científicos.
Quais os sintomas do coronavírus?
Confira os principais sintomas das pessoas infectadas pela COVID-19:
- Febre
- Tosse
- Falta de ar e dificuldade para respirar
- Problemas gástricos
- Diarreia
Em casos graves, as vítimas apresentam
- Pneumonia
- Síndrome respiratória aguda severa
- Insuficiência renal
Os tipos de sintomas para COVID-19 aumentam a cada semana conforme os pesquisadores avançam na identificação do comportamento do vírus.
Entenda as regras de proteção contra as novas cepas
Mitos e verdades sobre o vírus
Nas redes sociais, a propagação da COVID-19 espalhou também boatos sobre como o vírus Sars-CoV-2 é transmitido. E outras dúvidas foram surgindo: O álcool em gel é capaz de matar o vírus? O coronavírus é letal em um nível preocupante? Uma pessoa infectada pode contaminar várias outras? A epidemia vai matar milhares de brasileiros, pois o SUS não teria condições de atender a todos? Fizemos uma reportagem com um médico especialista em infectologia e ele explica todos os mitos e verdades sobre o coronavírus.Para saber mais sobre o coronavírus, leia também:
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