O ano de 2021, até o mês de abril, já registrou mais mortes causadas por COVID-19 no Brasil se comparado com 2020. O dado levou o país, nesta quinta-feira (29/04), a atingir 400 mil vidas perdidas pelo coronavírus em pouco mais de um mês depois de bater a marca de 300 mil falecimentos. O Ministério da Saúde indica que 401.186 pessoas não resistiram aos efeitos da doença, até o momento.
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Dados divulgados constantemente pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) mostraram a mudança de comportamento da COVID-19 no Brasil. De acordo com números coletados entre 4 e 17 de abril, o aumento de mortes de pessoas de 20 a 29 anos passaram de 1.000% desde o começo de 2021.
O índice também apontou uma crescente em relação ao número de casos, com 745% de aumento entre o início do ano e a semana analisada.
O índice também apontou uma crescente em relação ao número de casos, com 745% de aumento entre o início do ano e a semana analisada.
O aumento expressivo de mortes de pessoas entre 20 a 29 anos foi mais que o dobro em relação ao aumento global de vidas perdidas. Enquanto a crescente na faixa etária citada foi de 1081,8%, o aumento global foi de 429%.
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O índice também foi elevado quanto aos falecimentos de pessoas de 30 a 39 anos, registrando 818,6% de aumento, sendo superado pelas mortes de vítimas de 50 a 59 anos, com 845%. A menor taxa foi em relação aos idosos entre 60 a 69 anos, com 571%.
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O índice também foi elevado quanto aos falecimentos de pessoas de 30 a 39 anos, registrando 818,6% de aumento, sendo superado pelas mortes de vítimas de 50 a 59 anos, com 845%. A menor taxa foi em relação aos idosos entre 60 a 69 anos, com 571%.
Como idosos acima de 60 anos estão sendo vacinados em maior escala no Brasil, os jovens passaram a ser alvos da COVID-19, sobretudo com o surgimento da variante P1, também conhecida como Variante de Manaus.
A nova cepa, como já se sabe, é transmitida com mais facilidade. No Distrito Federal, por exemplo, os jovens acometidos pela variante e que precisam de internação apresentam mais urgência por um leito de unidade de terapia intensiva (UTI) e por intubação, de acordo com o “Correio Braziliense”.
A nova cepa, como já se sabe, é transmitida com mais facilidade. No Distrito Federal, por exemplo, os jovens acometidos pela variante e que precisam de internação apresentam mais urgência por um leito de unidade de terapia intensiva (UTI) e por intubação, de acordo com o “Correio Braziliense”.
Mudança de perfil também em Minas Gerais
Em Minas Gerais, a situação não é diferente. No mês de março, o EM ouviu diretores de alguns hospitais no estado que relataram a mudança de perfil dos pacientes internados. Ao contrário da primeira onda, em que idosos eram maioria em leitos, atualmente os jovens são maior número. E o pior: em situação ainda mais grave em relação aos pacientes de 2020.Em 30 de dezembro de 2020, o boletim epidemiológico divulgado pela Secretaria de Estado de Saúde (SES-MG) registrava a morte de 81 pessoas entre 20 e 29 anos. Já nesta quinta-feira, o número era de 277. Um crescimento de 241%, que reforça o triste índice de que morreram mais pessoas da faixa etária citada no estado nos quatro primeiros meses de 2021 em comparação com 2020, de março a dezembro.
Minas terminou 2020 com 279 falecimentos de pessoas com idades entre 30 a 39 anos. O boletim desta quinta indicava 1.014, um aumento de 263%. Assim como no primeiro caso citado, houve mais vítimas da COVID-19 entre 30 a 39 anos em Minas no primeiro quadrimestre de 2021 em relação a 2020.
Já em relação às mortes de pessoas entre 40 e 49 anos em Minas, foram 589 vítimas no dia 30 de dezembro, conforme boletim da SES-MG. Já no informe dessa quarta, foram registrados 2.068 pessoas que perderam a batalha para a COVID-19. Um aumento de 251%.
Vítimas entre 50 a 59 anos no estado eram 1.361 até 30 de dezembro. No boletim dessa quarta, já eram 4.333. Uma crescente de 218%.
Comportamento dos mais jovens é uma das causas do aumento de mortes
Mas, afinal, qual o motivo para o aumento de mortes de pessoas abaixo de 60 anos? Para Rodrigo Molina, consultor da Sociedade Brasileira de Infectologia (SBI) e professor da Universidade Federal do Triângulo Mineiro (UFTM), há três possíveis razões: vacinação de pessoas idosas, circulação de jovens em maior escala nas ruas e a presença da variante de Manaus.O infectologista acredita que o comportamento de pessoas mais jovens também influencia na alta das mortes no Brasil. Realização de festas clandestinas e a aglomeração em locais com bebidas alcoólicas, como bares, são alguns exemplos. Molina, no entanto, destacou que ninguém está seguro nesta pandemia.
“Eles pensam assim: 'Sou jovem, não tenho nenhuma outra doença, eu estou seguro'. Não estão. Ninguém está seguro. Nem quem está vacinado está seguro. Nem quem já teve está seguro. Muitas pessoas, às vezes, estão se pautando em exames laboratoriais que acham que teve um exame com IgG positivo (presença de anticorpos), por exemplo, que está seguro. Muito pelo contrário. Com isso, teremos cada vez mais jovens sendo acometidos”, analisou o especialista.
"A economia precisa girar, as pessoas precisam trabalhar e viver. Então tudo o que é feito com responsabilidade dá para continuar. Daria para abrir um restaurante? Claro que dá. Restaurante é um ambiente totalmente controlável, tem um número de mesas, etc. Os bares são mais difíceis, mas com fiscalização adequada também daria para ter abertura. O problema é que as pessoas não respeitam. Só pelo motivo de abrir, elas se sentem na obrigação de ir”, completou.
'Perda sem volta'
Rodrigo Molina também destaca que a palavra de ordem durante a pandemia continua sendo responsabilidade. A palavra precisa ser aplicada em sua essência não só para evitar o contágio da doença para si, mas, também, para o próximo.“As pessoas ficam fazendo contas: 'Ah, mas o coronavírus afeta X% da população, que só X% vão morrer, mas é um número muito baixo'. Só que na hora que pega um da família, ele não é 1%. Ele vira 100%, porque perdeu uma pessoa que gosta. Não tem retorno. É 100% de perda. As pessoas têm que ter isso na cabeça. É uma doença muito grave, ela está aí e não tem previsão para passar tão cedo. Esse ano ainda vamos viver em pandemia e talvez no ano que vem. Então temos que ter responsabilidade e manter todas as medidas de segurança”, conclui.
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O que é um lockdown?
Saiba como funciona essa medida extrema, as diferenças entre quarentena, distanciamento social e lockdown, e porque as medidas de restrição de circulação de pessoas adotadas no Brasil não podem ser chamadas de lockdown.
Vacinas contra COVID-19 usadas no Brasil
- Oxford/Astrazeneca
Produzida pelo grupo britânico AstraZeneca, em parceria com a Universidade de Oxford, a vacina recebeu registro definitivo para uso no Brasil pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). No país ela é produzida pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz).
- CoronaVac/Butantan
Em 17 de janeiro, a vacina desenvolvida pela farmacêutica chinesa Sinovac, em parceria com o Instituto Butantan no Brasil, recebeu a liberação de uso emergencial pela Anvisa.
- Janssen
A Anvisa aprovou por unanimidade o uso emergencial no Brasil da vacina da Janssen, subsidiária da Johnson & Johnson, contra a COVID-19. Trata-se do único no mercado que garante a proteção em uma só dose, o que pode acelerar a imunização. A Santa Casa de Belo Horizonte participou dos testes na fase 3 da vacina da Janssen.
- Pfizer
A vacina da Pfizer foi rejeitada pelo Ministério da Saúde em 2020 e ironizada pelo presidente Jair Bolsonaro, mas foi a primeira a receber autorização para uso amplo pela Anvisa, em 23/02.
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Como funciona o 'passaporte de vacinação'?
Os chamados passaportes de vacinação contra COVID-19 já estão em funcionamento em algumas regiões do mundo e em estudo em vários países. Sistema de controel tem como objetivo garantir trânsito de pessoas imunizadas e fomentar turismo e economia. Especialistas dizem que os passaportes de vacinação impõem desafios éticos e científicos.
Quais os sintomas do coronavírus?
Confira os principais sintomas das pessoas infectadas pela COVID-19:
- Febre
- Tosse
- Falta de ar e dificuldade para respirar
- Problemas gástricos
- Diarreia
Em casos graves, as vítimas apresentam
- Pneumonia
- Síndrome respiratória aguda severa
- Insuficiência renal
Os tipos de sintomas para COVID-19 aumentam a cada semana conforme os pesquisadores avançam na identificação do comportamento do vírus.
Entenda as regras de proteção contra as novas cepas
Mitos e verdades sobre o vírus
Nas redes sociais, a propagação da COVID-19 espalhou também boatos sobre como o vírus Sars-CoV-2 é transmitido. E outras dúvidas foram surgindo: O álcool em gel é capaz de matar o vírus? O coronavírus é letal em um nível preocupante? Uma pessoa infectada pode contaminar várias outras? A epidemia vai matar milhares de brasileiros, pois o SUS não teria condições de atender a todos? Fizemos uma reportagem com um médico especialista em infectologia e ele explica todos os mitos e verdades sobre o coronavírus.Para saber mais sobre o coronavírus, leia também:
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