A COVID-19 tirou a vida de Bruno Silva, de apenas 30 anos, no dia em que ele realizaria seu maior sonho: o casamento com a noiva Beatriz Miranda. Ele morreu em Assis (SP), no último dia 17.
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Publicitário, Bruno Silva trabalhou em regime de teletrabalho quando soube que estava infectado. Porém, em 30 de março, ele procurou a Unidade de Pronto-Atendimento (UPA) de Assis com dores no corpo e falta de ar.
No dia seguinte, os profissionais de saúde encaminharam Bruno para o Hospital Regional de Assis. Uma tomografia constatou 50% do pulmão já comprometido, um estado grave da doença.
O publicitário ficou 10 dias na enfermaria da unidade de saúde. Depois, seguiu para a UTI, onde ficou por uma semana e perdeu a vida.
Durante esse tempo, Bruno não tirou a aliança do dedo em nenhum momento, contou a noiva ao G1, com base em relatos das enfermeiras.
"Ele foi para a UTI depois de 10 dias, porque a saturação estava abaixando. Conseguimos uma vaga, ele ficou uma semana e depois fez uma nova tomografia, que detectou que ele estava com 85% do pulmão comprometido, dois dias antes de falecer. Ele foi intubado na quinta-feira, dia 15, às 9h. Mesmo com a máscara VNI, ele não conseguia respirar, e faleceu no dia 17, sábado", diz a noiva.
A mãe de Bruno, Ivani Aparecida, afirma que o filho não conseguia falar nos últimos dias de vida. Portanto, ele conversava com a família apenas por emojis. Deixava claro o desejo de se casar.
Além da noiva Beatriz Miranda e dos pais, Bruno deixou dois filhos: Nicolas, de 7; e Miguel, de 4.
"Fizemos o pré-wedding e um vídeo com um depoimento um para o outro e eu fiquei emocionada com a empolgação dele com o casamento e ele falando o que esperava. A data escolhida foi no dia 17, porque no dia 18 completamos 11 anos e ele citou isso no vídeo até. Uma enfermeira da UTI do Regional me disse que ele não deixou tirar a aliança em momento algum", diz Beatriz.
Para tocar a vida, a noiva afirma que procurou ajuda psicológica. Foi ela quem contou para os filhos dele que Bruno "virou estrelinha".
O impacto é ainda maior porque a família já havia perdido a avó de Bruno para a COVID-19 em fevereiro último.
"Eu fui atrás de ajuda psicológica. Eu tento manter o Bruno sempre presente, dizendo que o papai está aqui. Eles já estavam conformados com a bisa ter ido para o céu, ter 'virado estrelinha' e eu não conseguia dar a notícia. Só depois de quatro dias eu consegui conversar e dizer que o papai 'virou estrelinha' e que ele estava aqui com a gente."