Jornal Estado de Minas

COVID-19

China não estabelece prazo para o envio de insumos e vacinas ao Brasil

O embaixador chinês em Brasília, Yang Wanming, sinalizou que não há prazos para a entrega de insumos e vacinas para o Brasil. Os motivos oficiais seriam a forte demanda internacional por esses produtos e a necessidade de acelerar o ritmo da vacinação da população do país asiático. 



A mensagem do embaixador chinês foi transmitida durante uma reunião virtual, nesta sexta-feira (7/5), com os ministros da Economia, Paulo Guedes; das Relações Exteriores, Carlos França; e da Saúde, Marcelo Queiroga.

Participaram do encontro também representantes do Butatan e da Fiocruz.

A China é o principal fornecedor mundial do Ingrediente Farmacêutico Ativo (IFA) para a produção de vacinas contra a COVID-19.

A reunião aconteceu dois dias depois de mais uma declaração polêmica do presidente Jair Bolsonaro. Sem citar o país, Bolsonaro disse que o coronavírus havia sido criado em laboratório, como parte de uma guerra química, o que irritou o governo chinês.





Segundo o jornal O Globo, fontes presentes na reunião disseram que o embaixador reiterou a posição do Brasil como destino preferencial e trabalha para acelerar os envios. Porém, Wanming evitou falar em prazos. Já os ministros agradeceram a ajuda da China no combate à pandemia.

O Itamaraty tenta, insistentemente, conseguir a liberação das exportações chinesas. O Brasil espera receber o fornecimento de IFA para fabricar 60 milhões de doses da vacina Oxford-AstraZeneca, além de outras 30 milhões de doses do imunizante da Sinopharm.

A expectativa é que os produtos sejam entregues ainda neste semestre.

Ao ser questionado sobre o tema, o secretário-executivo do Ministério da Saúde, Rodrigo Cruz, disse que o governo brasileiro mantém contato com autoridades chinesas para tentar acelerar a entrega dos insumos.



Ele não esteve na reunião com o embaixador, mas ressaltou que o assunto é prioridade no governo.

“Não tive a oportunidade de participar da reunião, mas é importante mencionar que ela não é uma iniciativa isolada. A gente está sempre conversando, quer seja com a embaixada brasileira em Pequim, quer seja com o embaixador chinês aqui no Brasil, sempre com o objetivo de garantir que esse IFA chegue ao país. Não temos confirmação ainda dessas doses (do insumo)”,  afirmou Cruz.
 
*Estagiária sob supervisão da subeditora Kelen Cristina

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