A Coalizão Negra por Direitos, coletivo que reúne entidades do movimento negro de todo o País, realizou protestos em diferentes capitais nesta quinta-feira, 13, como São Paulo, Rio, Brasília e Salvador. A data, que marca a abolição formal da escravidão no Brasil em 1888, foi lembrada em manifestações contra o racismo, contra a violência policial e o "histórico de genocídio negro avança no Brasil de uma forma sem limites", como divulgou a coalizão.
Em São Paulo, a mobilização ocorreu na Avenida Paulista, na região central, onde centenas se reuniram em marcha. No Rio, o ato ocorreu na Cinelândia, no centro, e em Brasília o protesto foi na Praça dos Três Poderes. Em Salvador, a manifestação se deu na Praça da Piedade. Os atos transcorreram sob o lema de "Nem bala, nem fome e nem covid, o povo negro quer viver".
A operação policial que deixou 28 pessoas mortas no Jacarezinho, na quinta-feira, 6, foi lembrada e tratada como "chacina", com pedidos de responsabilização para os autores das mortes. "Vidas e histórias exterminadas pelas forças do Estado, sem respeito a nenhum direito previsto em lei. Corpos cuja humanidade e cidadania são negadas na vida e na morte", reforçou uma carta da coalizão que convocava para os atos.
"Seja pelo coronavírus, seja pela fome, seja pela bala, o projeto político e histórico de genocídio negro avança no Brasil de uma forma sem limites e sem possibilidade concreta de sobrevivência do povo negro", destacaram os organizadores no documento. A gestão do presidente Jair Bolsonaro também foi alvo de críticas dos integrantes dos protestos.