Morreu, no domingo (16/5), a professora de história do Centro Educacional (CED) 14 de Ceilândia, no Distrito Federal, Jussara Ximenes de Oliveira, aos 47 anos, vítima da COVID-19. A docente faleceu em casa, em Taguatinga, e foi encontrada morta pela vizinha.
A madrasta Maria das Graças do Santos, 63 anos, contou que Jussara estava relatando muita falta de ar, mas não conseguiu chegar ao hospital a tempo de receber atendimento. "Ela recebeu o exame para COVID-19 com resultado positivo um ou dois dias antes. O médico deu receituário com remédios e mandou ela voltar para casa", afirmou a moradora do Jardim Botânico.
No domingo pela manhã, Jussara informou a uma vizinha que estava saindo de casa para deixar os cachorros em um hotel e se dirigir a um hospital. "Algum tempo depois, de tarde, sem ter novas notícias, a vizinha foi atrás, entrou no apartamento e a encontrou caída", contou Maria das Graças. "A única coisa que eu quero é que ela descanse e tenha muita paz", despediu-se a madrasta.
Condolências
O velório de Jussara ocorreu na tarde desta segunda-feira (17/5), em Alexânia (GO), e foi restrito à família. O CED 14 suspendeu todas as atividades escolares do dia, como postagens e aulas pela plataforma Google Meet, além de atendimentos no WhatsApp e presencialmente.
Pelas redes sociais, o colégio manifestou tristeza pela morte de Jussara. "O CED 14 de Ceilândia perdeu uma amiga querida, que há muitos anos é parte de nossa família. O dia é de pesar e saudades. Sua trajetória será sempre lembrada."
O Sindicato dos Professores no Distrito Federal (Sinpro-DF) prestou solidariedade aos familiares, amigos, colegas e estudantes e cobrou a vacinação dos profissionais da educação da capital federal. "A cada professor(a) que morre [...], o Sinpro-DF cobra do Governo do Distrito Federal (GDF) a prioridade da categoria na vacinação e vacina para toda a população do DF", destacou, em nota.
O Sinpro ressaltou que as únicas medidas de segurança contra a COVID-19, enquanto a vacinação não for ampla, são o isolamento social, a desinfecção das mãos com álcool gel e o uso de máscaras, "cobrindo nariz e boca e ajustada à face". O texto do sindicato também destacou que "ainda não é hora de reuniões familiares e muito menos aglomerações em festas, lojas, eventos, ruas e parques".
Imunização
O governador do DF Ibaneis Rocha (MDB) afirmou, nesta segunda-feira (17/5) que, ainda nesta semana, professores de creches e pessoas com comorbidades de 30 a 49 anos devem ser inseridas no público-alvo da campanha de vacinação contra a COVID-19. A ampliação, segundo o governador, poderá ser feita a partir do recebimento de novas doses de imunizantes, a serem entregues pelo Ministério da Saúde.
O Secretário de Educação do DF, Leandro Cruz, antecipou que o plano de vacinação dos educadores vai começar por aqueles que lidam com crianças em creches. Segundo a pasta, esse público é composto por cerca de 10 mil pessoas. A expectativa do GDF é dar início à vacinação do grupo na quinta-feira (20/5).
Vacinas contra COVID-19 usadas no Brasil
- Oxford/Astrazeneca
Produzida pelo grupo britânico AstraZeneca, em parceria com a Universidade de Oxford, a vacina recebeu registro definitivo para uso no Brasil pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). No país ela é produzida pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz).
- CoronaVac/Butantan
Em 17 de janeiro, a vacina desenvolvida pela farmacêutica chinesa Sinovac, em parceria com o Instituto Butantan no Brasil, recebeu a liberação de uso emergencial pela Anvisa.
- Janssen
A Anvisa aprovou por unanimidade o uso emergencial no Brasil da vacina da Janssen, subsidiária da Johnson & Johnson, contra a COVID-19. Trata-se do único no mercado que garante a proteção em uma só dose, o que pode acelerar a imunização. A Santa Casa de Belo Horizonte participou dos testes na fase 3 da vacina da Janssen.
- Pfizer
A vacina da Pfizer foi rejeitada pelo Ministério da Saúde em 2020 e ironizada pelo presidente Jair Bolsonaro, mas foi a primeira a receber autorização para uso amplo pela Anvisa, em 23/02.
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Como funciona o 'passaporte de vacinação'?
Os chamados passaportes de vacinação contra COVID-19 já estão em funcionamento em algumas regiões do mundo e em estudo em vários países. Sistema de controel tem como objetivo garantir trânsito de pessoas imunizadas e fomentar turismo e economia. Especialistas dizem que os passaportes de vacinação impõem desafios éticos e científicos.
Quais os sintomas do coronavírus?
Confira os principais sintomas das pessoas infectadas pela COVID-19:
- Febre
- Tosse
- Falta de ar e dificuldade para respirar
- Problemas gástricos
- Diarreia
Em casos graves, as vítimas apresentam
- Pneumonia
- Síndrome respiratória aguda severa
- Insuficiência renal
Os tipos de sintomas para COVID-19 aumentam a cada semana conforme os pesquisadores avançam na identificação do comportamento do vírus.
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Mitos e verdades sobre o vírus
Nas redes sociais, a propagação da COVID-19 espalhou também boatos sobre como o vírus Sars-CoV-2 é transmitido. E outras dúvidas foram surgindo: O álcool em gel é capaz de matar o vírus? O coronavírus é letal em um nível preocupante? Uma pessoa infectada pode contaminar várias outras? A epidemia vai matar milhares de brasileiros, pois o SUS não teria condições de atender a todos? Fizemos uma reportagem com um médico especialista em infectologia e ele explica todos os mitos e verdades sobre o coronavírus.Para saber mais sobre o coronavírus, leia também:
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