Jornal Estado de Minas

COVID-19

PM encontra caixa de ivermectina em festa clandestina no interior do RS

Uma festa rave com cerca de 70 pessoas foi interditada na noite do último sábado (15/5), em Caxias do Sul, no Rio Grande do Sul. Depois de a polícia ter interditado o local, uma caixa do remédio ivermectina (conhecido por fazer parte do 'kit-covid', juntamente com outros medicamentos sem comprovação cietífica no combate ao coronavírus) foi encontrada no chão.





De acordo com o diretor de fiscalização da Prefeitura de Caxias do Sul, Rodrigo Lazzarotto, a Polícia Militar já havia recebido denúncias sobre o acontecimento desta festa, e ficou monitorando até a interdição. O evento foi encerrado pelos militares às 23h, e estava ocorrendo em uma chácara alugada na Estrada Municipal Nossa Senhora da Salete, no Bairro Forqueta.

Rodrigo conta que 'no local havia cerca de 70 pessoas, com nome na lista de presença, venda de ingressos. Não tinha nenhum indício de ser uma festa familiar, como foi dito pelos organizadores do evento.' Ele completa que 'foram apreendidas várias drogas e pela primeira vez uma caixa de ivermectina, que estava com alguns comprimidos já ingeridos.'

Caixa de ivermectina foi encontrada juntamente com drogas (foto: Andréia Copini/Divulgação)
"Estas festas clandestinas estão acontecendo com frequência neste período de pandemia do COVID-19. Recebemos denúncias e interditamos diversos eventos, o que é uma situação preocupante, visto que temos 32 pessoas na cidade a espera de leitos de UTI, e estamos praticamente entrando na terceira onda de contaminação deste vírus", ressaltou o diretor de fiscalização.



Segundo o infectologista e professor de medicina da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), Unaí Tupinambás, o risco maior de estar tomando este remédio e participar de uma aglomeração, é a falsa sensação de segurança, ou seja, a pessoa acredita que tomando este medicamento ela estará protegida de contrair e/ou transmitir o vírus. Porém, esse remédio, assim como a cloroquina, outro medicamente sempre citado, não tem comprovação cietífica contra a COVID-19. Além disso, a nova variante do vírus está acometendo pessoas das mais diversas idades, e os jovens estão com maior taxa de internação nas últimas oito semanas.

O clínico e coordenador do Laboratório Hermes Pardini, Carlos Rodrigues Alencar, explicou que 'a mistura da ivermectina com drogas ou bebidas alcoólicas, pode aumentar os efeitos do álcool e dos entorpecentes, ocorrendo uma sobrecarga do fígado. Já em pessoas contaminadas pela COVID-19, a mistura do medicamento nestes casos, pode acarretar em uma piora no estado de saúde geral do paciente.'

*Estagiária sob supervisão do subeditor Daniel Seabra

audima