Os casos de síndrome respiratória aguda grave (SRAG) cresceram na maioria dos estados e capitais do Brasil, segundo o boletim do InfoGripe, realizado pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz). A análise, realizada entre os dias 16 e 22 de maio, mostra que 96% dos casos de SRAG estão ligados à COVID-19.
Além disso, tanto a estabilidade quanto a retomada do crescimento de casos estão ocorrendo em níveis elevados, parecidos aos picos registrados em 2020.
De acordo com o pesquisador Marcelo Gomes, coordenador do InfoGripe, “os dados apresentados devem ser utilizados em combinação com os demais indicadores relevantes, como a taxa de ocupação de leitos das respectivas regionais de saúde, por exemplo. O estudo sinaliza que o cenário atual está associado à retomada das atividades de maneira precoce. Tal situação manterá o número de hospitalizações e óbitos em patamares altos, com tendência de agravamento nas próximas semanas”.
O boletim revela que os estados do Amazonas (AM), Mato Grosso do Sul (MS) e Rio Grande do Sul (RS) apresentam sinais fortes de crescimento. Já Alagoas (AL), Distrito Federal (DF), Goiás (GO), Maranhão (MA), Mato Grosso (MT), Paraíba (PB), Pernambuco (PE), Paraná (PR), Santa Catarina (SC), São Paulo (SP) e Tocantins (TO) o crescimento está moderado.
Nos demais estados, como Acre (AC), Espírito Santo (ES), Minas Gerais (MG), Rio de Janeiro (RJ), Rio Grande do Norte (RN) e Rondônia (RO), observou-se uma pausa nas quedas dos casos. O Ceará (CE) apresenta estabilidade. Diante disso, os índices dos estados são similares ou superiores do que os picos do ano passado.
Para Gomes, os números dos estados destacam o cuidado necessário na hora de flexibilizar as medidas de distanciamento para que a transmissão da COVID-19 não cresça em território nacional.
“Essas ações devem ser adotadas até quando a tendência de queda se estabilize por tempo suficiente para que o número de novos casos atinja valores significativamente baixos. A interrupção da queda em patamares elevados e a retomada do crescimento de casos podem ser atribuídas em parte à retomada da circulação da população e, consequente, a maior exposição por conta das medidas de relaxamento”, disse.
Capitais e Distrito Federal
Onze das 27 capitais registraram crescimento no período analisado pelo boletim. São elas: Campo Grande (MS), Cuiabá (MT), Curitiba (PR), Goiânia (GO), João Pessoa (PB), Maceió (AL), Manaus (AM), Palmas (TO), Porto Alegre (RS), Salvador (BA), São Paulo (SP). Fortaleza (CE) e Vitória (ES).
Por outro lado, somente quatro capitais apresentaram queda: Aracaju (SE), Boa Vista (RR), Macapá (AP) e Teresina (PI).
Em Curitiba (PR), Palmas (TO) e Porto Alegre (RS), há aumento na tendência de longo prazo. Em Campo Grande (MS), Cuiabá (MT), Goiânia (GO), João Pessoa (PB), Maceió (AL), Manaus (AM), Salvador (BA) e São Paulo (SP),estão em um nível médio de crescimento. Já em Fortaleza (CE) e Vitória (ES), foi observado sinal moderado de crescimento apenas na tendência de curto prazo.
Entretanto, dez capitais demonstraram estabilização, como sinais de pausa na tendência de queda: Belém (PA), Belo Horizonte (MG), Florianópolis (SC), Natal (RN), Porto Velho (RO), Recife (PE), Brasília (DF), Rio Branco (AC), Rio de Janeiro (RJ) e São Luís (MA).
Mortes por SRAG no país
As mortes decorrentes da síndrome respiratória aguda grave (SRAG) no Brasil continuam no patamar de risco, com números altos. Todas as regiões do país, Norte, Nordeste, Centro-Oeste, Sudeste e Sul, têm registrado alto índice de óbitos por SRAG.
* Estagiário sob supervisão da subeditora Ellen Cristie.
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