Quase 23 mil postos de trabalho formais ficaram vagos entre abril e março deste ano por causa de mortes. De janeiro ao quarto mês de 2021, os óbitos geraram a vacância de 35.125 empregos em solo brasileiro. Os números, impulsionados pela pandemia de COVID-19, representam aumento exponencial da lacuna deixada pelas vidas perdidas.
Em todo o ano de 2020, o país registrou a morte de 63.672 trabalhadores de carteira assinada; no ano anterior, foram 52.767 — os números de janeiro a abril de 2021, portanto, já representam quase 67% das mortes registradas em 2019. Os dados foram obtidos por levantamento da Kairós Desenvolvimento Social, com base nas estatísticas do Cadastro Geral de Empregos e Desempregados (CAGED), mantido pelo Ministério da Economia.
Setores que circulam por cidades e estradas têm sido especialmente afetados pelas mortes. Entre março e abril deste ano, por exemplo, 1.449 motoristas de caminhão formalmente registrados por empresas perderam a vida. Embora nem todos eles tenham sido vitimados pelo novo coronavírus, o alto número ocorreu nos meses em que o país registrou mais óbitos em virtude da doença viral — foram mais de 66 mil em março e cerca de 82 mil em abril.
Para Elvis Bonassa, diretor de desenvolvimento social da Kairós e coordenador da pesquisa, os números acendem alerta para a situação dos trabalhadores informais, que não constam no CAGED, mas também sentem os efeitos da crise sanitária. Ele cita os motoristas como exemplo.
“Há um grande número de caminhoneiros que trabalham por frete, de maneira autônoma. É uma luz vermelha muito forte que tem que se acender. Eles estão mais expostos à contaminação por terem contato com diferentes espaços, cidades e regiões”, diz, ao Estado de Minas.
Trabalhadores que precisam se deslocar pela cidade de ônibus e ocupam funções de contato com o público são os que mais morreram nos dois meses passados — fruto, obviamente, da aceleração da COVID-19. Depois dos caminhoneiros, faxineiros (983 óbitos), vigilantes e vigias (903), vendedores (770) e porteiros (692) foram as categorias com mais baixas. Professores, motoristas de ônibus, servidores administrativos e de escritórios também se destacam negativamente.
“Claramente, há um aumento de casos de mortalidade por COVID-19 nessa parcela da população, que tem que trabalhar e, com isso, se expor aos riscos do transporte e do contato com o público”, afirma Elvis Bonassa.
Os donos do volante, aliás, enfrentam situação especialmente crítica. De janeiro a abril, 2.074 caminhoneiros morreram — em 2019, foram 1.831. Neste ano, 636 condutores de coletivos perderam a vida, ante os 614 do ano retrasado.
A equação que leva em conta o transporte público tem erros flagrantes, aponta o especialista. Segundo ele, há localidades invertendo a lógica e que, em vez de aumentar a frota para espalhar os usuários, optam por diminuir o número de coletivos em circulação.
“O ideal é que as pessoas não precisassem pegar ônibus. Já que precisam, o ideal é que tivessem mais veículos circulando em vez de menos, como fizeram algumas cidades. E, mesmo com mais veículos e menos lotação em cada um deles, que fossem garantidas as condições de proteção de cada um dentro dos ônibus”.
Bonassa sustenta, ainda, que a forma como as medidas restritivas têm sido postas em prática desorienta e cansa os cidadãos. Ele critica a descoordenação vista no “abre e fecha” de atividades econômicas em algumas cidades. O "vaivém" acaba descredibilizando, ante a população, as ações para combater a virose.
“O que nós estamos vivendo, de certo modo, é uma exaustão dessas formas mal-organizadas e erráticas de proteção sanitária”, pontua.
Minas Gerais tem 10 vacinas em pesquisa nas universidades
Em todo o ano de 2020, o país registrou a morte de 63.672 trabalhadores de carteira assinada; no ano anterior, foram 52.767 — os números de janeiro a abril de 2021, portanto, já representam quase 67% das mortes registradas em 2019. Os dados foram obtidos por levantamento da Kairós Desenvolvimento Social, com base nas estatísticas do Cadastro Geral de Empregos e Desempregados (CAGED), mantido pelo Ministério da Economia.
Setores que circulam por cidades e estradas têm sido especialmente afetados pelas mortes. Entre março e abril deste ano, por exemplo, 1.449 motoristas de caminhão formalmente registrados por empresas perderam a vida. Embora nem todos eles tenham sido vitimados pelo novo coronavírus, o alto número ocorreu nos meses em que o país registrou mais óbitos em virtude da doença viral — foram mais de 66 mil em março e cerca de 82 mil em abril.
Para Elvis Bonassa, diretor de desenvolvimento social da Kairós e coordenador da pesquisa, os números acendem alerta para a situação dos trabalhadores informais, que não constam no CAGED, mas também sentem os efeitos da crise sanitária. Ele cita os motoristas como exemplo.
“Há um grande número de caminhoneiros que trabalham por frete, de maneira autônoma. É uma luz vermelha muito forte que tem que se acender. Eles estão mais expostos à contaminação por terem contato com diferentes espaços, cidades e regiões”, diz, ao Estado de Minas.
‘Chão de fábrica’ está muito exposto
Trabalhadores que precisam se deslocar pela cidade de ônibus e ocupam funções de contato com o público são os que mais morreram nos dois meses passados — fruto, obviamente, da aceleração da COVID-19. Depois dos caminhoneiros, faxineiros (983 óbitos), vigilantes e vigias (903), vendedores (770) e porteiros (692) foram as categorias com mais baixas. Professores, motoristas de ônibus, servidores administrativos e de escritórios também se destacam negativamente.
“Claramente, há um aumento de casos de mortalidade por COVID-19 nessa parcela da população, que tem que trabalhar e, com isso, se expor aos riscos do transporte e do contato com o público”, afirma Elvis Bonassa.
Os donos do volante, aliás, enfrentam situação especialmente crítica. De janeiro a abril, 2.074 caminhoneiros morreram — em 2019, foram 1.831. Neste ano, 636 condutores de coletivos perderam a vida, ante os 614 do ano retrasado.
Ônibus, fator de risco
A equação que leva em conta o transporte público tem erros flagrantes, aponta o especialista. Segundo ele, há localidades invertendo a lógica e que, em vez de aumentar a frota para espalhar os usuários, optam por diminuir o número de coletivos em circulação.
“O ideal é que as pessoas não precisassem pegar ônibus. Já que precisam, o ideal é que tivessem mais veículos circulando em vez de menos, como fizeram algumas cidades. E, mesmo com mais veículos e menos lotação em cada um deles, que fossem garantidas as condições de proteção de cada um dentro dos ônibus”.
Bonassa sustenta, ainda, que a forma como as medidas restritivas têm sido postas em prática desorienta e cansa os cidadãos. Ele critica a descoordenação vista no “abre e fecha” de atividades econômicas em algumas cidades. O "vaivém" acaba descredibilizando, ante a população, as ações para combater a virose.
“O que nós estamos vivendo, de certo modo, é uma exaustão dessas formas mal-organizadas e erráticas de proteção sanitária”, pontua.
Vacinas contra COVID-19 usadas no Brasil
- Oxford/Astrazeneca
Produzida pelo grupo britânico AstraZeneca, em parceria com a Universidade de Oxford, a vacina recebeu registro definitivo para uso no Brasil pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). No país ela é produzida pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz).
- CoronaVac/Butantan
Em 17 de janeiro, a vacina desenvolvida pela farmacêutica chinesa Sinovac, em parceria com o Instituto Butantan no Brasil, recebeu a liberação de uso emergencial pela Anvisa.
- Janssen
A Anvisa aprovou por unanimidade o uso emergencial no Brasil da vacina da Janssen, subsidiária da Johnson & Johnson, contra a COVID-19. Trata-se do único no mercado que garante a proteção em uma só dose, o que pode acelerar a imunização. A Santa Casa de Belo Horizonte participou dos testes na fase 3 da vacina da Janssen.
- Pfizer
A vacina da Pfizer foi rejeitada pelo Ministério da Saúde em 2020 e ironizada pelo presidente Jair Bolsonaro, mas foi a primeira a receber autorização para uso amplo pela Anvisa, em 23/02.
Minas Gerais tem 10 vacinas em pesquisa nas universidades
Como funciona o 'passaporte de vacinação'?
Os chamados passaportes de vacinação contra COVID-19 já estão em funcionamento em algumas regiões do mundo e em estudo em vários países. Sistema de controel tem como objetivo garantir trânsito de pessoas imunizadas e fomentar turismo e economia. Especialistas dizem que os passaportes de vacinação impõem desafios éticos e científicos.
Quais os sintomas do coronavírus?
Confira os principais sintomas das pessoas infectadas pela COVID-19:
- Febre
- Tosse
- Falta de ar e dificuldade para respirar
- Problemas gástricos
- Diarreia
Em casos graves, as vítimas apresentam
- Pneumonia
- Síndrome respiratória aguda severa
- Insuficiência renal
Os tipos de sintomas para COVID-19 aumentam a cada semana conforme os pesquisadores avançam na identificação do comportamento do vírus.
Entenda as regras de proteção contra as novas cepas
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