A manifestação contra o presidente Jair Bosonaro (Sem Partido) em Recife, Pernambuco, foi reprimida pelo Batalhão de Choque da Polícia Militar (PM), que usou bombas e spray de pimenta durante ato convocado pelas Frentes Brasil Popular e Povo Sem Medo, na manhã deste sábado (29/5). Os policiais dispararam contra os manifestantes com bala de borracha, bombas de efeito moral e spray de pimenta nas proximidades da Ponte Duarte Coelho, na Área Central da cidade, no momento em que a mobilização se encaminhava para o final.
Um vídeo publicado nas redes sociais mostra a vereadora Liana Cirne (PT) sendo atingida por um spray, após se aproximar de uma viatura da Polícia Militar de Pernambuco.
Segundo relato dos manifestantes parlamentares, líderes sindicais e dos movimentos populares presentes no ato, houve tentativa de diálogo com o comando da equipe do Batalhão de Choque e com o Governador do Estado, Paulo Câmara (PSB), por telefone, mas não eles foram recebidos e atendidos para iniciar uma negociação.
Recife: manifestantes protestam contra Bolsonaro e PM usa gás lacrimogênio e balas de borracha para dispersar o grupo; veja
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Após repercussões negativas sobre a abordagem truculenta, a vice-governadora Luciana Santos (PCdoB), se pronunciou através das redes sociais e afirmou que a ordem de dispersar o ato não partiu do governo de Pernambuco. “Acabo de saber do episódio, na [Avenida] Dantas Barreto, da violência praticada contra os manifestantes e quero aqui dizer que isso não foi autorizado pelo governo do estado", disse Luciana Santos.
"Sempre pratiquei na minha condição de governador de Pernambuco, os mesmos princípios que defendo como cidadão e democrata. Repudiamos todo ato de violência, de qualquer ordem ou origem", afirmou o governador Paulo Câmara (PSB).
Sempre pratiquei na minha condição de governador de Pernambuco, os mesmos princípios que defendo como cidadão e democrata.
— Paulo Câmara 40 (@PauloCamara40) May 29, 2021
Repudiamos todo ato de violência, de qualquer ordem ou origem. pic.twitter.com/rI5L52ypxh
Na véspera da mobilização, a 34ª Promotora de Justiça de Defesa da Cidadania da Capital, com atribuição na Promoção e Defesa da Saúde do Ministério Público de Pernambuco (MPPE), expediu uma recomendação orientando a não realização de eventos presenciais que possam promover aglomerações. O documento se baseou nas novas medidas de restrições adotadas pelo Governo do Estado por causa do aumento de casos de coronavírus em Pernambuco.
Protestos contra o presidente Bolsonaro começaram na manhã deste sábado (29/5) em várias cidades brasileiras. Os atos foram convocados em todo o país por movimentos de oposição e cobram a aceleração da vacinação, a proteção dos povos indígenas, o combate ao racismo, defendem o auxílio emergencial e pedem a valorização da saúde e educação no país.