O movimento de doações para o combate à pandemia da COVID-19 acaba de alcançar a marca de R$ 7 bilhões arrecadados no Brasil. A quantia foi atingida no sábado (26/5) e representa um recorde absoluto na história recente de doações para emergências no país.
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COVID-19: casos em cidades vizinhas a Serrana (SP) continuam altosCOVID-19: Brasil registra 64% mais mortes que o esperadoBrasil registra 2.408 mortes e 78.926 novos casos de COVID-19 em 24hAlém disso, a iniciativa promove e inspira outras, criando um estímulo para uma “cultura de doação” cada vez maior no país.
A ABCR é uma organização que reúne e representa os profissionais de captação, mobilização de recursos e desenvolvimento institucional, que atuam para as organizações da sociedade civil no Brasil.
Mais investimentos
Segundo Márcia Woods, presidente do Conselho da ABCR, a intensidade das ofertas havia estacionado em outubro do ano passado – em torno dos R$ 6,5 bilhões –, mas ganhou fôlego nos últimos meses, impulsionada por mais investimentos para o setor da assistência social.
Márcia explica que o novo momento de doações é diferente do registrado no começo da pandemia, quando houve investimentos pesados de bancos e grandes companhias na área de infraestrutura, compra de equipamentos, respiradores, testes de COVID-19, entre outros.
“A marca dos R$ 7 bilhões é bastante expressiva porque representa o dobro do que se vê normalmente de comprometimento com a filantropia institucionalizada no Brasil. A participação das empresas, de onde veio a maior parte das doações, também é bastante representativa”, ressalta.
Com a marca histórica, são 705.152 doadores que já contribuíram em pouco mais de um ano.
De acordo com o Monitor das Doações, a causa da saúde é a que mais recebeu investimentos, com 74% das doações, seguida da área da assistência social (20%), da educação (4%) e da geração de renda, com 3%.
De acordo com o Monitor das Doações, a causa da saúde é a que mais recebeu investimentos, com 74% das doações, seguida da área da assistência social (20%), da educação (4%) e da geração de renda, com 3%.
São consideradas doações com valores a partir de R$ 3 mil. Do total, 62% das ofertas foram feitas para pessoas jurídicas, 20% para institutos e fundações sem fins lucrativos, 8% para pessoas físicas e 6% para fundos filantrópicos.
Do montante doado, 59% foi em dinheiro, 32% em produtos como máscara, cestas básicas e equipamento hospitalar e 8% em serviços.
Do montante doado, 59% foi em dinheiro, 32% em produtos como máscara, cestas básicas e equipamento hospitalar e 8% em serviços.
Uma lista com o nome das empresas e entidades que vêm contribuindo está disponível no portal.
No site também é possível ver a lista das campanhas promovidas no país que mais arrecadaram. O Governo do Estado de São Paulo fica em primeiro, com R$ 1.800.000 bilhão.
No site também é possível ver a lista das campanhas promovidas no país que mais arrecadaram. O Governo do Estado de São Paulo fica em primeiro, com R$ 1.800.000 bilhão.
Atualização constante
O Monitor das Doações COVID-19 é atualizado duas vezes por semana pela ABCR com dados públicos, coletados na internet ou enviados para a organização.
Nenhum valor é somado ao monitor se não for público.
Nenhum valor é somado ao monitor se não for público.
Para fazer a exposição dos dados, são considerados três números diferentes:
- o valor total das doações: alcançou a marca dos R$ 7 bilhões
- o número total de doadores identificados: 705.152
- valor mobilizado pelas campanhas de doação: R$ 3.798.374.306 arrecadados por 557 campanhas em todo o país.
As lives promovidas por artistas para arrecadar recursos foram responsáveis por R$ R$ 17.515.666. A que rendeu os resultados mais expressivos, equivalente a 38% do total, foi a “Fome de Música”, que contou com a participação da dupla Sandy & Júnior.
Os números não são somados, mas apresentados de forma isolada. Para incluir no site a informação sobre novas doações realizadas, basta escrever para o e-mail da ABCR.
Panorama da filantropia no Brasil
Segundo João Paulo Vergueiro, diretor executivo da ABCR, a plataforma foi criada para oferecer um panorama maior de atuação e contribuição da filantropia, além de mostrar a qualidade das doações e seus resultados.
“Isso permite maior transparência para que possamos entender melhor o que foi a generosidade brasileira na pandemia, seu tamanho e impacto. É uma mobilização geral, que envolve toda a sociedade civil em movimento inédito e por uma única causa, que é o combate à COVID-19”, diz.
Para Márcia Woods, é necessário que haja a manutenção de uma visão de médio e longo prazo das doações.
“Só assim será possível que as organizações consigam fazer uma atuação contínua e sustentada para promover transformações sociais no Brasil”, conclui.
*Estagiária sob supervisão da subeditora Kelen Cristina