Depois do registro de novos ataques durante a noite, o transporte coletivo voltou a ser suspenso na capital amazonense. "Por motivo de força maior, o Sinetram informa que a operação da frota de transporte coletivo estará suspensa na manhã desta segunda-feira. Também não haverá atendimento na central e nos postos da Sinetram", informou comunicado da empresa. Segundo a direção, o transporte só será retomado quando houver garantia de segurança para funcionários e passageiros. Sem ônibus, o governo do Estado suspendeu o expediente em repartições estaduais.
Os ataques recomeçaram na noite de domingo, 6, quando foi incendiada a UBS do Lírio do Vale. Moradores viram dois homens se afastarem do local já em chamas em uma moto. Os bombeiros chegaram a tempo de evitar que todo o prédio fosse destruído. Em seguida, o caixa eletrônico de uma agência foi incendiado e a sede do Sinetram foi alvejada por disparos de arma de fogo. O sindicato informou que ninguém ficou ferido e que está colaborando com a polícia para identificar os atiradores.
O prefeito de Manaus, David Almeida (Avante), disse que os ataques atingiram também algumas estruturas municipais, como o monumento da rotatória Umberto Calderaro Filho, conhecido como "Bola das Letras", inaugurado há cinco dias. Almeida disse que, após ter pedido ao governador o envio das forças de segurança a Manaus, também tratou do tema com o comandante militar da Amazônia, general Luís Carlos Gomes Mattos. "Está mais do que na hora do Exército entrar nas ruas. Não se pode deixar que os marginais tomem conta", disse.
O governo informou ter formalizado, ainda na noite de domingo, o pedido de envio de tropa da Força Nacional de Segurança "para atuar em apoio às forças estaduais nas ações de combate ao crime organizado". Segundo ele, até a chegada das tropas federais, todo o efetivo das polícias militar e civil continuará em operações para prender os responsáveis pelos ataques. Mais dois suspeitos foram presos na madrugada desta segunda-feira, 7, totalizando 16 pessoas detidas por suposta participação nos crimes. Sobre o envio de tropas a Manaus, a reportagem entrou em contato com o ministério e aguarda retorno.