Apesar de viver seu apogeu em mortes em março e abril, os números relativos à tragédia causada pela COVID-19 em maio no Brasil estão longe de atingir uma estabilidade.
Levantamento feito pelo Portal da Transparência do Registro Civil mostrou que o mês passado registrou aumento de mais de 70% no número de vidas perdidas se comparado à média de 2020.
O total de registros de óbitos em maio foi de 49.282, o que representa 71,19% a mais que no período que a doença chegou ao país, quando a média foi de 28.787.
No último mês, os dados são melhores que os contabilizados em março e abril deste ano, período que representou o auge da segunda onda da COVID-19 e deixou hospitais de todo o território nacional em colapso.
No último mês, os dados são melhores que os contabilizados em março e abril deste ano, período que representou o auge da segunda onda da COVID-19 e deixou hospitais de todo o território nacional em colapso.
Com relação a março, maio aponta queda de 34,1% no número de óbitos, enquanto na comparação com abril a queda foi de 31,2%. Em números absolutos, março teve 74.773 vidas perdidas, enquanto abril registrou 71.665.
Os registros feitos no mês passado não refletem totalmente a realidade, pois as mortes levam até 12 dias, em média, para ir definitivamente para o boletim, conforme o prazo legal.
Apesar disso, o presidente da Associação Nacional dos Registradores de Pessoas Naturais (Arpen), Gustavo Fiscarelli, afirma que os dados já trazem uma completa dimensão das vidas perdidas pela doença, que já matou mais de 470 mil pessoas desde março do ano passado.
“O acompanhamento mensal dos dados de óbitos no Portal da Transparência dos Cartórios de Registro Civil permite um retrato real e fiel da realidade que vivemos”, diz.
“O acompanhamento mensal dos dados de óbitos no Portal da Transparência dos Cartórios de Registro Civil permite um retrato real e fiel da realidade que vivemos”, diz.
Na visão de Fiscarelli, a imunização vem, aos poucos, sendo refletida na população, com a redução de mortes de pessoas acima de 60 anos. "Depois da violenta segunda onda da pandemia, começamos a ver o resultado efetivo do aumento da vacinação que, mesmo a passos lentos, já traz reflexo para a população mais velha e deve ser incrementada para também proteger os mais novos e assim reduzirmos o número ainda alto de mortes pela doença”.
Num comparativo com maio do ano passado, quando Brasil registrou 28.667 mortes, o aumento de registros no mês passado foi de 71,9%. Curiosamente, 18 estados apresentam números maiores este ano, enquanto nove apresentam redução numa relação com o mesmo período de 2020.
Entre aqueles que registraram diminuição, a maior parte se encontra na região Norte, a primeira do país a sofrer com a primeira onda. No Amazonas, a queda foi de 81,7% (933 contra 170), no Amapá de 79,6% (319 x 65), e no Pará de 78,1% (2.176 x 475). Quem também registrou queda em maio deste ano na comparação com o mesmo mês de 2020 foi o Rio de Janeiro, 17,9% (6.779 x 5.562), e o Ceará, 49,8% (3.858 x 1.936).
Queda em Minas
Em Minas, a COVID-19 vitimou 5.452 nos 31 dias de maio, de acordo com o Portal da Transparência do Registro Civil. A queda é de 39,3% em comparação com abril e de 68,8% em relação a março, quando o governo de Minas decretou onda roxa em todas as cidades do estado.
Se comparado com maio de 2020, o aumento de mortes no mês passado atingiu incríveis 1033%. Há um ano, o mês dedicado às mães teve 481 vidas perdidas para a COVID-19.
Preocupada com uma ameaça de terceira onda, a Secretaria Estadual de Saúde (SES-MG) orientou que as regiões Triângulo do Sul, Sul, Oeste, Leste do Sul e Centro-Sul adotem mais restrições, como o fechamento de eventos, academias, clubes e salões de beleza, já que os índices epidemiológicos são desfavoráveis.
Vacinas contra COVID-19 usadas no Brasil
- Oxford/Astrazeneca
Produzida pelo grupo britânico AstraZeneca, em parceria com a Universidade de Oxford, a vacina recebeu registro definitivo para uso no Brasil pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). No país ela é produzida pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz).
- CoronaVac/Butantan
Em 17 de janeiro, a vacina desenvolvida pela farmacêutica chinesa Sinovac, em parceria com o Instituto Butantan no Brasil, recebeu a liberação de uso emergencial pela Anvisa.
- Janssen
A Anvisa aprovou por unanimidade o uso emergencial no Brasil da vacina da Janssen, subsidiária da Johnson & Johnson, contra a COVID-19. Trata-se do único no mercado que garante a proteção em uma só dose, o que pode acelerar a imunização. A Santa Casa de Belo Horizonte participou dos testes na fase 3 da vacina da Janssen.
- Pfizer
A vacina da Pfizer foi rejeitada pelo Ministério da Saúde em 2020 e ironizada pelo presidente Jair Bolsonaro, mas foi a primeira a receber autorização para uso amplo pela Anvisa, em 23/02.
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Como funciona o 'passaporte de vacinação'?
Os chamados passaportes de vacinação contra COVID-19 já estão em funcionamento em algumas regiões do mundo e em estudo em vários países. Sistema de controel tem como objetivo garantir trânsito de pessoas imunizadas e fomentar turismo e economia. Especialistas dizem que os passaportes de vacinação impõem desafios éticos e científicos.
Quais os sintomas do coronavírus?
Confira os principais sintomas das pessoas infectadas pela COVID-19:
- Febre
- Tosse
- Falta de ar e dificuldade para respirar
- Problemas gástricos
- Diarreia
Em casos graves, as vítimas apresentam
- Pneumonia
- Síndrome respiratória aguda severa
- Insuficiência renal
Os tipos de sintomas para COVID-19 aumentam a cada semana conforme os pesquisadores avançam na identificação do comportamento do vírus.
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