Dor e revolta são os sentimentos relatados pela família de Leidenaura Moreira Rosa da Silva, 35 anos, vítima de feminicídio no domingo (6/6). Ela foi assassinada pelo namorado, Valdemir Pereira da Silva Júnior, 31, durante uma confraternização com amigos e parentes no Distrito Federal. Mãe de seis filhos, Leide, como era mais conhecida, foi levada às pressas ao Hospital Regional de Planaltina (HRPL), mas não resistiu. O agressor foi contido por testemunhas até a chegada da polícia.
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A mãe de Leide saiu de Campo Alegre de Lourdes, no interior da Bahia, até Brasília. Ela chegou ontem para organizar o enterro da filha. Sob forte comoção, familiares e amigos se concentraram na casa de Leide. Abalada, a mãe permaneceu dentro da residência a todo momento, cumprimentando e abraçando quem chegava. Os filhos da vítima se revezaram ao ficar dentro e fora do imóvel. Entre lágrimas, eles eram consolados por parentes e vizinhos.
Ferida, Leidenaura ficou internada no Hospital de Planaltina, mas às 20h de domingo sofreu uma parada cardíaca e não resistiu. A faca usada no crime foi localizada pela Polícia Civil e encaminhada à perícia. Não se sabe, ainda, o local e a hora do sepultamento.
Investigação
O caso é investigado pela 16ª Delegacia de Polícia (Planaltina) como feminicídio. Após matar a mulher, populares contiveram o homem. Segundo o Corpo de Bombeiros, Valdemir foi agredido por testemunhas. Em depoimento na unidade policial, o acusado deu uma versão, mas nada ficou comprovado sobre a motivação do crime. De acordo com o delegado-chefe da 16ª DP, Diogo Cavalcante, a vítima registrou boletim de ocorrência em julho do ano passado contra Valdemir no âmbito da Lei Maria da Penha por ameaça, mas não chegou a solicitar medidas protetivas.
Dados da Secretaria de Segurança Pública do Distrito Federal (SSP-DF), entre janeiro e abril desse ano, foram registrados oito casos de feminicídio, um aumento de 33% em relação ao mesmo período de 2020, quando seis mulheres foram mortas em decorrência do gênero. Segundo a pasta, houve redução de 46,8% nesse tipo de crime entre 2020 e 2019 (17 contra 32, respectivamente).