Lázaro é apontado pela Polícia Civil do Distrito Federal como autor da chacina de uma família de Ceilândia, onde três pessoas estavam sendo feitas reféns no local, informação confirmada ao "Correio Brasiliense" por fontes policiais. O homem é acusado de matar quatro pessoas, balear três, invadir chácaras, fazer reféns e atear fogo em uma casa. Até a última atualização desta reportagem ele continuava foragido.
Edenaldo contou ao Correio que se casou com a mãe de Lázaro, Eva Maria Sousa, aos 17 anos, no município de Barra do Mendes (BA) e que o relacionamento dos dois foi conturbado, marcado por brigas, agressões e acusações de traição de ambas as partes. Quando o casal se separou, Lázaro Barbosa e o irmão mais novo, Deusdete, ainda eram crianças.
De acordo com Edenaldo, a mulher se envolveu com um criminoso, fato que motivou os dois filhos seguissem o caminho do crime. "Aqui, eles chegaram para fazer esse tipo de barbaridade. Foram criados longe de mim. A mãe, que Deus me perdoe, mas eu acho ela culpada de tudo. Deus me deu outra família, uma família do bem", disse.
Morando no Entorno do Distrito Federal há mais de 20 anos, o aposentado só reencontrou o filho há seis anos. "Só me visitou e foi embora. Foi quando ele teve uma fuga aí. E eu com o coração na mão, doente. Só não morri ainda porque acho que Deus não quis", disse o homem.
Sobre a chacina de Ceilândia, onde quatro pessoas foram brutalmente assassinadas por Lázaro, o aposentado se diz arrasado e chocado com a violência do próprio filho. "O que mais me dói é o desespero que aquela família sentiu e o que ele fez com aquela pobre mulher. Isso não é gente. Isso é um monstro da pior espécie", disse.
Histórico de terror
Em 9 de junho, o Incra 9 amanheceu com uma notícia que seria apenas o início do terror que assolaria o local: a morte de três homens e o desaparecimento de uma mulher. O Corpo de Bombeiros Militar do Distrito Federal (CBMDF) foi acionado, na madrugada daquela quarta-feira (9/6), para atender uma ocorrência de agressão física com uso de faca, no entanto, encontrou um triplo homicídio. O empresário Cláudio Vidal de Oliveira, 48 anos, e os filhos dele, Gustavo Marques Vidal, 21, e Carlos Eduardo Marques Vidal, 15, eram as vítimas.
As buscas por Cleonice já completavam 24 horas quando a PCDF descobriu outra invasão em uma chácara próximo ao local onde a empresária foi sequestrada. Lázaro foi reconhecido pela nova vítima, Silvia Campos de Oliveira, 40 anos. Durante três horas da tarde de quinta-feira (10/6), ela, o caseiro, identificado como Anderson, 18, foram mantidos como reféns.
Na madrugada de sexta-feira (11/06), a busca por Lázaro e Cleonice ultrapassaram a fronteira do Distrito Federal. O suspeito invadiu uma chácara em Ceilândia por volta das 20h, fez o caseiro refém e roubou um veículo, um Palio branco, que usou para se dirigir até Cocalzinho de Goiás (GO), às 3h30. Lá, na BR-070, Lázaro incendiou o carro. Durante toda a sexta-feira, cerca de 80 policiais civis e militares do DF e Entorno, auditores fiscais e rodoviários federais estavam no município goiano para encontrar Lázaro.
Ainda na cidade, Lázaro invadiu outra chácara, fez um caseiro de refém e o obrigou a cozinhar no sábado (12/6). Depois, invadiu outra residência e baleou três homens, que ficaram em estado grave. No fim da noite, ateou fogo em outra chácara. Foi neste mesmo dia, na tarde de sábado (12/6), que Cleonice foi encontrada, sem vida, por familiares e vizinhos em um córrego próximo ao local em que morava.
No domingo (13/6), o suspeito roubou um carro, crime denunciado pelo dono aos mais de 200 policiais mobilizados na cidade de Cocalzinho. O veículo foi encontrado às margens da BR-070, próximo a Edilândia (GO), local em que as buscas foram intensificadas.
Na segunda-feira (14/6), Lázaro trocou tiros com o caseiro de uma chácara na região e possivelmente se feriu, segundo testemunho da vítima.
Nesta terça (15/6) ele foi filmado por câmeras de segurança em outra fazenda e pegou água da geladeira.
Com informações de Correio Braziliense