Ainda é novidade e nem todo mundo estava avisado, mas no primeiro dia no ar o "filômetro" da vacina conseguiu ajudar a encarar uma espera menor para se imunizar contra o coronavírus na cidade de São Paulo. O "filômetro" é o site De Olho na Fila, no qual as pessoas podem acompanhar o movimento nas Unidades Básicas de Saúde (UBSs) e nas unidades montadas para vacinar a população, como drive-thru, postos volantes e mega postos de vacinação. A atualização é feita a cada duas horas.
O objetivo é facilitar a vida de quem procura a unidade de saúde e evitar aglomerações desnecessárias. No Memorial da América Latina, na Barra Funda, zona oeste, Cristiane Aquino, de 56 anos, foi uma das pessoas que consultaram o site antes de sair de casa. "A informação era de que a fila estava pequena e está mesmo", disse, após poucos minutos de espera no drive-thru. O tempo na fila ali não passava de 20 minutos.
A menos de um quilômetro, na UBS Santa Cecília, na região central, a fila era maior no meio da tarde. O site informava que ela era "média". Por ali, poucas pessoas sabiam da existência do serviço. "Fui na UBS da República (também na região central) e a fila estava com umas 200 pessoas em um lugar fechado", disse o barbeiro Eudes Vitorino, de 51 anos. "Achei que era muita gente e vim para cá."
Algumas pessoas até foram avisadas, mas esqueceram de conferir antes de sair de casa. O estudante de Medicina Carlos Alberto Ferreira Filho, de 26 anos, foi um deles. "Minha mãe me falou do site, mas eu não vi antes de vir", disse.
A Prefeitura de São Paulo anunciou na terça-feira, 15, que a vacinação contra a covid para a população com mais de 50 anos será escalonada. A imunização das pessoas entre 50 e 59 anos teve início na capital na última segunda-feira, 14, e será realizada até o dia 22, mas com idades separadas por dias.
No último domingo, 13, o governo de São Paulo anunciou a antecipação em 30 dias no calendário de vacinação no Estado. Com a mudança, toda a população com mais de 18 anos deve estar imunizada até o dia 15 de setembro. Para cumprir essa promessa, o governo João Doria (PSDB) depende de entregas prometidas pelo Ministério da Saúde, mas também se vale de "estoque estratégico" adquirido diretamente com a farmacêutica chinesa Sinovac. Especialistas avaliam que, apesar de factível, o plano tem riscos de falhar, caso haja atrasos importantes na chegada de vacinas e falta de adesão do público.
Em menos de duas semanas, Doria anunciou três antecipações no calendário de vacinação. Primeiro, a promessa deixou de ser o fim do ano e passou para 31 de outubro. Depois, para o dia 15 do mesmo mês. Agora, 15 de setembro. Segundo o Estado, essas mudanças foram feitas com base em cálculos de vacinas previstas pelo governo federal.
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