Um dia após os pesquisadores Jurema Werneck e Pedro Hallal indicarem, durante depoimento na CPI da Covid, que cerca de 400 mil vidas poderiam ter sido salvas se medidas adequadas tivessem sido tomadas no combate ao novo coronavírus, o Boletim do Observatório Covid-19, da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), reforçou que muitas vidas perdidas para a doença seriam salvas com medidas públicas baseadas em evidências científicas. Um ano e três meses depois da chegada do novo coronavírus ao país, apesar do início da vacinação, o cenário ainda é preocupante, pois a transmissão do vírus permanece em níveis elevados, segundo os pesquisadores da instituição.
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Itabira regride à onda amarela, mas não terá novas medidas restritivasCOVID-19: Juiz de Fora abre pré-cadastro para jovens a partir dos 18 anosCOVID: Pela segunda semana, número de casos e mortes têm queda no Sul de MGSomente ontem, mais 2.001 mortes foram registradas ,de acordo com o balanço do Ministério da Saúde e do Conselho Nacional dos Secretários de Saúde. Com isso, a média móvel de mortes ainda continua perto da faixa de 2 mil e, segundo o Conass, a média atingiu, ontem, o patamar de 1.806 mortes.
Parte do documento destaca, ainda, a velocidade com que o país passou a contabilizar 100 mil óbitos desde o início da pandemia. Para alcançar os primeiros 100 mil e 200 mil óbitos, foram necessários intervalos de cinco meses. Depois disso, mais 100 mil mortes foram contabilizadas em dois meses e meio e, em 24 de março, o Brasil atingia a marca de 300 mil vidas perdidas. Para passar de 300 mil para 400 mil mortes, foi preciso pouco mais de um mês.
“Na sequência, em apenas um mês e 23 dias (entre 29 de abril e 19 de junho), foram contabilizados mais 100 mil óbitos, chegando à triste marca de 500 mil. A velocidade de ocorrência de óbitos se mantém com números extremamente altos, o que descreve a situação crítica que o país ainda vive”, concluem os especialistas.
Para mudar o cenário, os pesquisadores reforçam a necessidade da adoção de medidas não farmacológicas junto com a aceleração da vacinação. “A comunicação clara, objetiva, confiável e sem contradições entre os governantes é fundamental para manter a confiança da sociedade, sua adesão às orientações e engajamento para reforçar intervenções locais que ajudem-nos a minimizar os impactos da pandemia”, indicam.