Jornal Estado de Minas

HOMOFOBIA

Homem chama influenciador digital de ''viadinho'' e é preso em flagrante


A manhã do último domingo (4/7) parecia mais um dia normal na vida do influenciador digital Diego Pereira de Sousa, 19 anos, conhecido como Diego Pupe. No entanto, ele passou por uma surpresa desagradável ao ser vítima de homofobia no prédio onde mora, às margens do Lago Paranoá. O agressor, Ruy Rafael de Sousa Mattos, foi preso em flagrante e levado para a 5ª DP (Asa Norte).





O ataque aconteceu quando Diego chegava em seu condomínio acompanhado de uma amiga. Na recepção do prédio, uma mulher teria se oferecido para ajudar a amiga do influenciador, que estava embriagada, mas o auxílio foi recusado por eles. Na troca de palavras, Ruy passou a xingar Diego de “viadinho”. “Acho que o meu modo de falar, a minha voz, o homem veio me chamar de ‘viado’, ‘viadinho’. Ele estava bem alcoolizado também. Rapidamente eu também me estressei. Fiquei nervoso, me senti super constrangido com o que aconteceu”, conta.

Com a confusão, foi acionada a equipe de segurança do prédio e, em seguida a polícia. Ruy tentou chamar carros de aplicativo para fugir do local. No entanto, Diego pedia para que os motoristas cancelassem a viagem. Diante da situação, o agressor tentou sair do local à pé, mas o influenciador começou a segui-lo. Eles andaram por cerca de 2 km, até a polícia chegar. “Ele dizia: ‘você aguenta andar Brasília toda? A polícia não vem porque eu tenho dinheiro’”, conta.

Quase uma hora e meia depois, apareceram três viaturas que conduziram os dois para a delegacia. Ruy foi preso em flagrante, mas solto após o pagamento de uma fiança de R$ 5 mil. Diego Pupe afirma que vai levar adiante o processo contra o homem. “Vou processar ele por calúnia, por injúria. O que eu puder fazer agora, vou fazer. Para que, quando ele fizer isso com outras pessoas, pense nas consequências”, revolta-se.





A reportagem tentou contato com o autor do crime, mas não teve retorno. O espaço segue disponível para manifestação.

O que diz a lei

O advogado Karlos Gad Gomes, especialista em direito penal, explica que a situação se enquadra no artigo 140 do código penal. “O autor foi preso em flagrante pelo crime de injúria, que possui pena de detenção de 1 a 6 meses e multa”, ressalta.

Para as vítimas, o especialista destaca necessidade de sempre procurar a polícia e registrar boletim de ocorrência. “Quem for vítima de ofensas homofóbicas, raciais ou de qualquer tipo, deve procurar uma delegacia e, depois, proceder com uma queixa-crime perante o Poder Judiciário, com auxílio de um advogado”, explica. “Por se tratar de um crime cuja ação pública é privada, o ofendido pode tentar a queixa-crime, para que o autor das ofensas responda criminalmente pelos seus atos”, conclui.

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