Depois de 36 anos de arquivado, a Polícia Civil de São Paulo irá retomar o inquérito sobre o desaparecimento do escoteiro Marco Aurélio Simon, que tinha 15 anos na época que sumiu sem deixar vestígios, em Piquete, interior do estado. A polícia acredita que o corpo dele pode ter sido enterrado no local ou até mesmo que o jovem esteja vivo.
O menino sumiu em 8 de junho de 1985 depois que ele, três amigos e um líder tentavam alcançar o cume do Pico dos Marins, que fica a 2.420 metros de altitude. Um dos meninos torceu o pé e Marco Aurélio voltou sozinho para buscar ajuda. Mas ele nunca retornou.
As buscas duraram 28 dias e mobilizaram mais de 300 pessoas. Em 1990, o inquérito foi encerrado sem conclusão.
A Justiça autorizou a reabertura da investigação neste mês, depois que o pai de Marco Aurélio, o jornalista Ivo Simon, de 82 anos, procurou a polícia com novas informações. Agora, os investigadores acreditam que o jovem pode ter sido morto e enterrado no terreno de uma casa na área onde os escoteiros acamparam. Uma das filhas do antigo dono da casa teria visto uma área parecida com uma cova.
Outra hipótese seria de que o menino estaria vivo. Isso porque testemunhas teriam visto uma pessoa em situação de rua com os mesmos traços de Marco Aurélio em Taubaté, a 76km de Piquete. As investigações agora devem se concentrar em oitivas de testemunhas, escavações nas áreas e ajuda de cães farejadores.
Ivo Simon espera que Marco Aurélio seja encontrado vivo e teme a angústia de não saber quem matou o filho, caso seja encontrado o corpo. "É uma tortura mental. Eu estou vivendo essa tragédia como se fosse de novo o primeiro dia. O que aconteceu? Imagina se ali nessas buscas estiverem ossos do meu filho, vamos ter que passar pela angústia da espera pelo DNA. E quem matou? Não vamos ter como saber. É uma tortura mental que se arrasta há 36 anos", disse ao G1.
Mesmo que seja descoberto quem foi o responsável pelo desaparecimento do adolescente, não haverá punição porque o crime já prescreveu.