O Ministério da Saúde decidiu rescindir o contrato para a compra de 10 milhões de doses da vacina russa Sputnik V. De acordo com informações do jornal Valor Econômico, o anúncio só depende da conclusão de análises jurídicas.
Para justificar a decisão, a pasta pretende argumentar que o imunizante não conseguiu a aprovação da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), que seria uma das exigências do contrato.
A Anvisa chegou a autorizar, com restrições, a importação excepcional de um pequeno volume de doses da vacina, no dia 4 de junho.
O imunizante, porém, só poderia ser aplicado depois da aprovação de cada lote pelo Instituto Nacional de Controle de Qualidade em Saúde (INCQS). Além disso, apenas pessoas jovens e sem comorbidades poderiam receber a vacina.
Não bastassem todas essas dificuldades, o cenário atual apresenta maior oferta de imunizantes. O ministério espera receber cerca de 80 milhões de doses apenas em agosto e pretende vacinar todos os maiores de 18 anos até novembro.
Diante disso, a conclusão é que não faz mais sentido insistir com a Sputnik V, assim como aconteceu com a Covaxin que teve o contrato de compra suspenso.
No caso da vacina russa, há um contrato de 37 milhões de doses firmado com o consórcio de governadores do Nordeste.
Prazo de 48 horas para decidir
Nessa quarta-feira (21/7), em reunião com governadores do Consórcio Nordeste, o Fundo Russo Krill Dmitriev pediu um prazo de 48 horas para decidir se enviará as doses ao Brasil.
Apesar do consórcio de governadores ter anunciado a previsão de chegada de 1 milhão e 145 mil doses para o próximo dia 28, na reunião dessa quarta-feira, os russos informaram que precisam pensar sobre o assunto.
A principal justificativa é que o Ministério da Saúde tem sinalizado que não vai incluir a Sputnik V no Programa Nacional de Imunização (PNI).
Em entrevista coletiva, o ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, afirmou que tanto a vacina russa quanto a indiana Covaxin não devem entrar no PNI, pois o país já garantiu 600 milhões de doses de outras vacinas contra a COVID-19.
Queiroga ressaltou ainda a dificuldade enfrentada pelos imunizantes de liberação na Anvisa.
*Estagiária sob supervisão da editora-assistente Vera Schmitz