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Estado de Minas ESTÁTUA

Polícia prende suspeito de provocar incêndio na estátua de Borba Gato

Incêndio foi provocado por manifestantes na tarde deste sábado (24/7)


25/07/2021 14:59 - atualizado 25/07/2021 16:14

(foto: Reprodução/Twitter )
(foto: Reprodução/Twitter )
Um suspeito de participar do incêndio na estátua do Borba Gato, na zona sul de São Paulo, foi preso na madrugada deste domingo (25/7). Ele foi identificado como o motorista do caminhão que conduziu parte do grupo de suspeitos até local e transportou os pneus em que foram ateados fogo.

De acordo com a Polícia Civil, a placa do veículo foi adulterada. As investigações prosseguem para identificar e localizar os demais autores.

A estátua de Borba Gato foi incendiada na tarde de sábado (24/7). Cerca de 20 pessoas atearam fogo em pneus na base do monumento. Uma equipe do Corpo de Bombeiros foi enviada ao local às 14h06 e o fogo foi extinto rapidamente. Não houve registros de feridos ou qualquer outro incidente.

Um grupo chamado Revolução Periférica postou fotos e vídeo da estátua em chamas, no Instagram. Apesar de não assumirem a autoria do ato, em uma das imagens é possível ver os pneus já pegando fogo com pessoas vestidas de preto e uma faixa com o nome do grupo e a frase: "A favela vai descer e não será Carnaval".

A reportagem entrou em contato com o grupo, mas até a publicação desta reportagem não houve resposta.

Borba Gato foi um bandeirante paulista que no século 18 caçou indígenas e negros. Atualmente, o papel desses pioneiros na interiorização do país é conhecido e a condição de símbolo do Estado é questionada.

Os bandeirantes eram homens que trabalhavam na região sudeste com a exploração de minérios, escravização de indígenas e captura de escravos fugitivos no século 17. São Paulo estava na margem da colônia brasileira; foi, por muito tempo, uma região indígena e jesuítica, e veio a se urbanizar com maior intensidade apenas no final do século 19.

Não eram, contudo, conhecidos como "bandeirantes" durante a época em que atuaram. A historiadora Iris Kantor, professora de historiografia colonial na Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas da Universidade de São Paulo (FFLCH-USP), reforça que o termo foi cunhado por historiadores contemporâneos, como Affonso Taunay, que dirigiu o Museu Paulista a partir de 1917. Até então, eram conhecidos apenas como "paulistas" ou sertanistas.

Nas redes sociais o incêndio levantou novamente a discussão sobre o papel de Borba Gato na escravidão de índios e negros no Brasil. Enquanto expoentes da esquerda manifestaram apoio ao ataque, grupos na direita disseram que tratava-se de terrorismo.


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