O Ministério da Saúde anunciou, nesta segunda-feira (26/7), que gestantes e puérperas que foram imunizadas contra o COVID-19 com a 1ª dose da AstraZeneca poderão receber uma vacina diferente na segunda aplicação. Segundo o ministério, elas deverão receber "preferencialmente" a 2ª dose da Pfizer, e, quando não for possível, poderão completar a imunização com a CoronaVac.
"Aquelas gestantes que se vacinaram com a AstraZeneca, principalmente no primeiro semestre da gravidez, podem fazer a intercambialidade, isto é, tomar uma vacina distinta da primeira. Lembrando que essa atitude, de você receber outro imunizante que não seja aquele aplicado na primeira dose, é apenas recomendada para questões de exceção", explicou a médica Rosana Leite de Melo, da Secretaria Extraordinária de Enfrentamento à COVID-19, em coletiva de imprensa.
A combinação de vacinas, porém, não é recomendada para todos e beneficiará apenas grávidas e puérperas, com o objetivo de acelerar o programa de imunização. "Reiteramos que não é permitida a intercambialidade nos casos normais. Ainda é considerado, exceto nestas circunstâncias que falei, um erro de vacinação e, quando isso acontecer, deve ser registrado no e-SUS Notifica", completou a médica.
Segundo a pasta, a intercambialidade de imunizantes deve ser realizada com a segunda dose da vacina da Pfizer. "É importante que elas [grávidas e puérperas] se vacinem, façam essa intercambialidade, preferencialmente com a vacina da Pfizer. (...) [Mas] Nós vivemos num país extremamente grande, com algumas dificuldades em municípios distantes. Nós sabemos que, por questões de acondicionamento deste imunizante [Pfizer], muitas vezes não se consegue levar até lá. Na excepcionalidade, ela poderá usar a CoronaVac, que mostra uma boa efetividade.", afirmou Rosana Leite.
A recomendação já havia sido publicada em nota técnica do Ministério da Saúde na semana passada. O documento afirma que existem dados "indicando boa resposta imune em esquemas de intercambialidade" e "segurança favorável".
Combinação das vacinas
Mesmo ainda sem posição do Ministério da Saúde, alguns estados já recomendam que grávidas combinem a primeira dose da AstraZeneca com a segunda dose da Pfizer. Em São Paulo, por exemplo, a intercambialidade começou a valer no último dia 23. Ainda antes, no final de junho, o secretário municipal de Saúde do Rio de Janeiro, Daniel Soranz, anunciou que grávidas e mulheres que deram à luz nos últimos 45 dias estariam aptas a combinar os dois tipos de imunizantes.
*Estagiária sob supervisão de Andreia Castro