O adolescente de 15 anos que matou o pai com três tiros, em Valinhos, no interior de São Paulo, afirmou à Polícia Civil que agiu em legítima defesa e que ele e a mãe sofreram ameaças um dia antes do crime. O pai, um empresário de 42 anos, andava armado e era violento com os dois.
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Saiba o que muda após violência psicológica se tornar crime contra mulherCinco Estados registraram um caso de violência a cada meia hora, diz estudoCâmara aprova projeto com medidas protetivas para crianças vítimas de violênciaMãe vai presa por matar filho recém-nascido e jogá-lo na lixeiraO assassinato aconteceu nessa terça-feira (3/8), em um condomínio de luxo da cidade. O jovem e a mãe prestaram depoimento na delegacia e foram liberados em seguida. O garoto vai responder em liberdade pelo crime. A polícia, no entanto, vai investigar o caso.
Em depoimento, o adolescente disse que atirou com uma das armas da coleção do pai depois de uma briga. O homem tinha oito armas, incluindo um fuzil, que ficavam espalhadas pela casa.
Segundo ele, o crime foi cometido para proteger a mãe, vítima de agressões constantes do empresário. O jovem contou que também era agredido, que o pai era violento e estava sempre armado.
Mãe e filho foram ameaçados um dia antes da morte do empresário. "Ele colocou os dois de joelhos no chão, apontou arma para a cabeça, teria enfiado a arma na boca de uma das vítimas e dizia que ia matá-los", explica o tenente Juliano Cerqueira.
Na terça-feira, ele teria ordenado que o filho tirasse a roupa, pois "ia dar uma surra com uma barra de ferro”.
Funcionários que trabalhavam na casa confirmaram que o homem era violento.
De acordo com o jovem, ele pegou uma pistola e atirou três vezes no pai. As armas vão passar por perícia e a investigação vai apurar se os certificados são verdadeiros.
"Um tiro pegou na região do abdômen. O empresário ferido conseguiu correr até o carro, e o garoto foi até o veículo porque, segundo ele, lá tinha outra arma e o homem iria utilizar essa arma contra o adolescente e a mãe. Por isso, ele efetuou mais dois disparos", disse o tenente.
O corpo do empresário estava dentro do carro. O resgate foi acionado, mas a morte foi confirmada ainda no local.
Estelionato e investigação da morte
O empresário tinha passagem pela polícia por estelionato e uso de nomes falsos. Ele era conhecido por colecionar carros de luxo, atuava no mercado de comércio exterior e de som automotivo. A polícia encontrou três veículos na garagem da casa e vai apurar se eles foram adquiridos legalmente.
Apesar de o jovem alegar legítima defesa, a polícia vai investigar outras hipóteses. "Com certeza a polícia judiciária e o Ministério Público vão investigar tudo, até por conta da quantidade de dinheiro e jóias que havia na residência", afirmou o tenente.
* Estagiária sob supervisão da subeditora Ellen Cristie.