Em questão de segundos, um profissional que se arriscou inúmeras vezes em nome de sua vocação para salvar vidas se vê numa incessante luta para sobreviver. A fé religiosa e o comprometimento diário na recuperação passaram a ser os principais trunfos do
bombeiro
Victor Rodrigues Cândido, de 26 anos, e de sua família.
Natural de Criciúma, no Sul de Santa Catarina, ele foi vítima de um grave acidente em janeiro de 2020, quando caixas com frangos vivos se desprenderam de um caminhão e atingiram a ambulância que o jovem guiava no momento. Desde então, Victor se dedicou 100% à reabilitação, teve duas pneumonias e venceu a COVID-19 no fim de abril.
Natural de Criciúma, no Sul de Santa Catarina, ele foi vítima de um grave acidente em janeiro de 2020, quando caixas com frangos vivos se desprenderam de um caminhão e atingiram a ambulância que o jovem guiava no momento. Desde então, Victor se dedicou 100% à reabilitação, teve duas pneumonias e venceu a COVID-19 no fim de abril.
Há algumas semanas, os familiares criaram uma
vaquinha on-line
na tentativa de arrecadar recursos para comprar um carro adaptado (no valor de R$ 157 mil) que facilitaria o transporte do bombeiro para as sessões de fisioterapia e para os demais compromissos na recuperação. A vaquinha pode ser acessada
aqui
.
No novo veículo, o banco se transformaria numa cadeira de rodas e, com isso, o esforço para carregá-lo seria menor. A mobilização vem se espalhando por todo o país.
O acidente ocorreu na rodovia SC-480, em
São Domingos
, no Oeste catarinense, enquanto Victor e outros bombeiros se deslocavam para uma ocorrência de incêndio. O caminhão que carregava frangos rumo a um frigorífico vinha na direção contrária. Foi quando quatro caixas se soltaram do veículo e atingiram a ambulância. A carga quebrou o para-brisa e o teto e acertou a cabeça de Victor, que teve traumatismo cranioencefálico.
“Ele teve que abrir algumas laterais do crânio. Ficamos de janeiro a abril dentro de um hospital em Chapecó. Foram feitas várias cirurgias para colocação de válvulas. Depois, ele foi transferido para Criciúma”, conta a mãe, Reijanes Rodrigues, de 48 anos, que passou a morar com o filho para ajudá-lo na reabilitação.
Depois de um ano e sete meses sob cuidados médicos, Victor se comunica por meio de pequenos gestos. Ele perdeu a fala, usa fraldas e precisa usar uma sonda gastroenteral para se alimentar.
Reijanes diz que o jovem vem progredindo no dia a dia após uma operação feita há seis meses: “Ele sempre teve força de vontade. É um guerreiro. Mas esteve prejudicado a recuperação em função de um problema na válvula colocada no crânio dele no hospital de Chapecó. No fim de fevereiro, ele fez uma cirurgia para a colocação de uma válvula programável e ficou mais comunicativo. Desde então, já faz sinal de positivo, conta com os dedos e até faz cálculos. Chegamos a uma fase em que ele pode progredir na reabilitação”.
O governo de Santa Catarina vem custeando as despesas médicas na recuperação do jovem. Uma empresa contratada pelo Estado garante serviços de enfermagem durante 24 horas por dia, fisioterapeutas e fonoaudiólogos. A família entrou com processo na Justiça pedindo indenização à empresa que transportava os frangos, mas aguarda definição dos trâmites.
A ideia de comprar um novo carro surgiu diante das dificuldades no cotidiano. “Hoje, precisamos de três pessoas para ajudar o Victor. Nesse processo de levar para a clínica, tirar do carro e voltar para a cadeira de rodas, ele se cansa muito, além do risco de machucar o furo que há na barriga dele. Tivemos a ideia de comprar um carro grande e fazer a vaquinha para arrecadarmos os recursos”, conta Reijanes.
Infectado pela COVID-19
Em meio ao sofrimento, outra surpresa nada agradável atingiu a família em abril: Victor testou positivo para o coronavírus. Parentes e amigos não sabiam se ele suportaria mais um baque emocional. “A COVID-19 era uma outra preocupação que tínhamos. Não sabíamos se ele teria imunidade para resistir à doença. Mas ele recebeu alguns antibióticos, que foram muito efetivos. Ele se curou, graças a Deus”, diz Reijanes.
Nova rotina
Depois do
trauma
do acidente, a mãe relata que se adaptou a uma nova rotina para poder cuidar de Victor. Ela sabe que é preciso estar sempre animada para que o filho se mantenha comprometido na reabilitação.
“O Victor morava sozinho, mas desde o acidente eu assumi a responsabilidade de cuidar dele. Eu estava em São Paulo, mas voltamos para Chapecó e depois para Criciúma. Hoje, não saio de perto dele. Preciso estar sempre forte para passar força para o meu filho. Ainda assim, temos de agradecer a Deus por ele ainda estar com vida”, diz.
Descontos
Sensibilizada com a história de superação de Victor e sua família, a loja online Central Bombeiro, especializada em vestuário para a corporação, vem concedendo descontos especiais para aqueles que ajudarem na arrecadação para a compra do veículo adaptado. O perfil no Instagram é
@centralbombeiro
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