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Estado de Minas NATUREZA PEDE SOCORRO

Coral no formato de 'emoji triste' é índice de grave problema ecológico

Fotografia da espécie marinha foi feita por Roberta Viegas em Fernando de Noronha; registro mostra branqueamento do coral, causado pelo aquecimento do oceano


17/08/2021 18:44 - atualizado 17/08/2021 19:28

Foto do coral com formato do
Foto do coral com formato do "emoji triste" feita pela a fotógrafa Roberta Viegas em Fernando de Noronha (foto: Reprodução/Twitter )


A fotografia de um coral com formato do “emoji triste” viralizou nas redes sociais. Durante mergulho na região do Porto de Santo Antônio, em Fernando de Noronha, a fotógrafa Roberta Viegas, se deparou com a inusitada aparência da espécie marinha. 

A fotógrafa atua com registro da vida marinha há 11 anos. "Acredito que tenha aproximadamente 10 cm, não dei nome para a foto, mas vejo um coral triste", respondeu Roberta, em entrevista ao Estado de Minas.



A foto foi feita no sábado (14/08), dia em que o Instituto Chico Mendes da Biodiversidade recolheu aproximadamente 500 quilos de resíduos nas praias do Parque Nacional Marinho. "Fiz esta foto na mesma data que apareceu muito lixo oceânico em algumas praias da ilha. Acredito que essa foto é capaz de fazer muita gente refletir sobre os impactos da poluição, aquecimento global e desmatamento. Nada é por acaso”, comentou a fotógrafa.

A forma semelhante ao rosto está esbranquiçada indicando que o coral passou por um grave problema ecológico de branqueamento. Os “olhos” e a “boca” são partes do corpo do coral que morreram e não tem recuperação, mas é possível ver o cresciemtno de novas algas no local. "Algumas partes desse coral morreram e foram cobertas por algas, formando justamente uma carinha tiste", disse Roberta. 

Segundo site oficial do Instituto Chico Mendes da Biodiversidade (ICMbio), o branqueamento dos corais é um fenômeno ligado ao aquecimento das águas dos oceanos. Com o aquecimento dos oceanos, os corais perdem microalgas fotossintetizantes, uma das suas principais fontes de energia. Ao pararem de fazer o processo de fotossíntese, os corais vão perdendo a cor e mostrando seu esqueleto branco. Se prolongado o efeito, os corais acabam morrendo. Os pesquisadores do Instituto destacaram que 2020 foi o ano com maior aquecimento das águas no interior da unidade de conservação (APACC) desde 1985. 

Para a fotógrafa, muitas pessoas só acreditam vendo. "A fotografia tem o poder de informar e formar opiniões. Através da fotografia é possível estimular uma reflexão sobre a relação da humanidade com o mundo em que vivemos. Os registros fotográficos são dados fundamentais para pesquisas e para documentar os impactos que a o meio ambiente vem sofrendo", comentou.

O coral “triste” ainda está vivo. A natureza pede socorro e há fenômenos que já se tornaram irreversíveis. De acordo com o  relatório do Painel Intergovernamental sobre Mudança do Clima (IPCC, na sigla em inglês) da Organização das Nações Unidas (ONU), em todos os cenários climáticos previstos pelos cientistas, a redução da temperatura não será cumprida, a menos que grandes reduções de emissões de carbono ocorram.



*Estagiária sob supervisão do subeditor João Renato Faria


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