Apesar do avanço na vacinação no país, um estudo da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) indicou uma alta no número de óbitos por COVID-19 em pessoas de 60 anos ou mais no Rio de Janeiro. Para a faixa acima de 80 anos, foram estimados 175 óbitos na última semana epidemiológica, número que, para os cientistas de Métodos Analíticos em Vigilância Epidemiológica (Mave-Fiocruz), que desenvolvem o estudo, é particularmente impressionante. É o maior aumento no número de mortes nessa faixa etária desde abril.
O estudo, que ainda está em fase de conclusão, registrou 848 hospitalizações em sete dias - o maior patamar desde o começo da pandemia. Em relação à quantidade de mortes na faixa etária dos 60 anos, o resultado representa o primeiro aumento no número de óbitos deste segmento desde fevereiro.
Em relação ao grupo de 80 anos ou mais, pela segunda semana consecutiva há um crescimento na quantidade de internações. Nesta semana, o levantamento calculou 848 hospitalizações, maior número desde o início da pandemia.
De acordo com o médico intensivista do Hospital Brasília, Rodrigo Biondi, há várias explicações para o crescimento do número de internações entre idosos: "Apesar de essa parcela da população estar provavelmente toda vacinada, os jovens ainda não estão completamente imunizados. Então, filhos, netos ou sobrinhos podem transmitir o novo coronavírus ainda e trazê-lo para dentro de casa", explicou.
Biondi também alerta que a vacinação em idosos, muitas vezes, apresenta resposta de imunizações variadas. "Os idosos têm uma resposta a todas as vacinas aquém da resposta dos jovens. Isso é com todas as vacinas", afirma.
O estudo da Fiocruz mostrou que os menores de idade, que ainda não são alvo da campanha de vacinação no Rio de Janeiro, também apresentaram uma tendência de alta nas internações por Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG) em crianças e adolescentes com diagnóstico de COVID-19.
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