No mesmo dia em que vetou o uso para crianças e adolescentes, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) sugeriu mais uma dose de reforço da CoronaVac em idosos e imunossuprimidos. De acordo com a entidade, caberá ao Ministério da Saúde avaliar a necessidade ou não de aplicação do terceiro imunizante.
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Brasil tem 56,13% da população vacinada ao menos com uma dose contra a covidFiocruz aponta interrupção na queda de casos de síndrome respiratória aguda graveSaúde estuda reduzir intervalo da 2ª dose da Pfizer para 21 diasCovid-19: Anvisa pede à Janssen informações sobre dose de reforçoQueiroga diz ser contra uso obrigatório de máscara e que falta 'conscientização'A hipótese já vinha sendo discutida há várias semanas. Pesquisadores e o Ministério da Saúde chamaram a atenção para a necessidade de observar o avanço e os efeitos das variantes do vírus no país, como a Delta, para que, com base nos estudos, haja um planejamento com definição de público-alvo para a revacinação.
Em audiência sobre o tema no Senado, a pesquisadora Margareth Dalcolmo, da Escola Nacional de Saúde Pública Sérgio Arouca ENSP–Fiocruz, afirmou que vários casos de mortes de vacinados idosos ou que possuem alguma comorbidade começam a ser relatados no país, o que exige urgência na decisão de se aplicar a terceira dose.
“A morte de Tarcísio Meira reforça mais ainda o pleito que nós aqui trouxemos de absoluta necessidade, e eu diria mesmo, independente de resultado de estudos que ainda podem tomar muito tempo. Nós não precisamos acumular mais mortes sabendo que a imunodeficiência pode sim, a partir de uma determinada plataforma, no caso da Coronavac, exigir de nós uma decisão firme, corajosa de vacinar e proteger essa faixa etária”, afirma a professora.
A Anvisa já havia feito três pedidos formais para realização de estudos clínicos considerando a administração de doses extras das vacinas. Estariam incluídos estudos sobre Pfizer/BioNTec e a segunda versão da AstraZeneca(AZD2816) já em uso no país.
Veto às crianças e adolescentes
Em relação ao veto da Coronavac às crianças e adolescentes, o comunicado da Anvisa diz que o perfil de segurança da vacina na população pediátrica não foi suficientemente demonstrado pelo Instituto Butantan nos dados enviados à Anvisa. A agência também apontou dificuldade de determinar a eficácia da vacina para crianças.
No país, a Coronavac foi aprovada em janeiro para uso emergencial em adultos acima de 18 anos. Apenas a vacina da Pfizer está aprovada para uso em adolescentes brasileiros.