Apesar dos atrasos na entrega de doses pelo Ministério da Saúde, a vacinação no Brasil teve aceleração nos municípios nos últimos dois meses. É o que aponta a 22ª edição da pesquisa sobre o coronavírus realizada pela Confederação Nacional dos Municípios (CNM) entre 16 e 19 de agosto. Segundo o levantamento, 1.089 das 1.896 cidades já vacinam adultos entre 18 e 24 anos nesta semana, a última faixa etária especificada pelo Plano Nacional de Imunizações (PNI).
A porcentagem de quem está no último estágio é de 57,4%. Depois de concluir o processo, as cidades podem optar por aplicar doses no público abaixo de 18 anos. Segundo o levantamento, 62 cidades já estão nessa fase, depois de concluir toda imunização das demais faixas.
A pesquisa mostra que apenas um município dos respondentes está atrasado no PNI e ainda vacina pessoas entre 50 e 55 anos. A pesquisa não revelou nomes das cidades. Outros sete aplicam as doses entre 40 e 44 anos, enquanto 60 apontaram que ainda imunizam pessoas entre 35 e 39.
Nesta edição, a pesquisa a CNM detectou que as mortes diminuíram em 10%, ou 189 municípios; se mantiveram estáveis em 16%, ou 303 localidades; e apenas 6,3%, ou 120 prefeituras, registram aumento no número de óbitos por coronavírus.
Os registros de novos casos confirmados foram apontados como estáveis por 31,5%, ou 598 municípios; diminuíram em 30,7%, ou 582 locais; e aumentaram em 16,4%, ou 310 Entes. Não ocorreram novos casos de COVID em 14,1%, ou 267 administrações municipais, segundo o levantamento da CNM.
Em outra parte da pesquisa, a CNM mostrou que ainda faltam doses em todo o país. Mesmo com o avanço na distribuição, a falta dos imunizantes ainda foi registrada por 17,5%, ou 332 municípios. Desses, 80% afirmaram não conseguir aplicar a primeira dose e 39% registram a falta de imunizantes para aplicar a segunda dose da vacina contra a COVID-19.
Ao considerar a escolha do imunizante, a pesquisa também perguntou quais ações ou punições estão sendo tomadas pelos gestores locais para evitar tumultos: 53,3% dos municípios apenas informam que não é possível escolher qual a marca da vacina a ser aplicada e aplicam a que está disponível; em 32% (606) dos municípios a pessoa perde a vez na vacinação e vai para o final da fila.
Outros 11,3% (214) pedem para que a pessoa retorne quando o imunizante desejado chegar ao município. Apenas 0,7% (14) dos locais permitem a escolha da vacina.
Exigência da vacina
A CNM também questionou os gestores se eles concordam em condicionar o acesso a espaços públicos e coletivos – como estádios, supermercados e shoppings – à comprovação da vacinação contra a COVID-19. Mais de 55% (1.046 localidades), afirmaram que a cidade pretende fazer essa exigência.
Outros 35% afirmaram que não; e 9,9% não responderam. Dos que responderam que concordam, 16,5% afirmaram que já estão adotando essas medidas; enquanto 83% ainda não.