Os pesquisadores fizeram análises laboratoriais que mostravam o contato entre a molécula extraída do veneno do réptil com as células de macacos contaminados com o vírus. A conclusão foi de que, com a ação da substância, a capacidade do vírus de se multiplicar era reduzida em até 75%.
A descoberta foi publicada na revista científica internacional Molecules, em um estudo preliminar. “Nós encontramos um peptídeo que não é tóxico para as células, mas que inibe a replicação do vírus. Com isso, se o composto virar um remédio no futuro, o organismo ganharia tempo para agir e criar os anticorpos necessários, já que o vírus estaria com sua velocidade de infecção comprometida e não avançaria no organismo”, explica Eduardo Maffud Cilli, professor do IQ e um dos autores do trabalho.
A ideia de analisar o veneno do réptil veio após a descoberta de que o antídoto da cobra tinha atividade antibacteriana, o que deu origem a novos testes sobre partículas virais. O ensaio é feito com as células do macaco cultivadas em laboratório a partir da aplicação da molécula da cobra. Os pesquisadores avaliam os efeitos e se o vírus diminuiu sua capacidade de reprodução.
Os cientistas ainda vão avaliar a eficiência de diferentes dosagens da molécula e se ela poderá exercer outras funções sobre a célula, como a de proteção, evitando até mesmo a invasão do vírus.
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