Integrantes do Tribunal de Ética da Ordem dos Advogados do Brasil no Distrito Federal (OAB-DF) decidiram suspender por 90 dias o registro de Paulo Ricardo Milhomem, 37 anos, preso por atropelar uma mulher em Brasília. O anúncio da medida saiu nesta terça-feira (31/8). A vítima, Tatiana Thelecildes Matsunaga, 40, teve o uso de sedativos interrompido nessa segunda-feira (30/8), mas segue internada no Hospital Brasília.
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Estado de saúde
A servidora pública Tatiana Thelecildes foi atropelada propositalmente, na última quarta-feira (25/8), na frente de casa. O marido e o filho caçula da vítima, uma criança de 8 anos, presenciaram a cena. Internada em estado gravíssimo na unidade de terapia intensiva (UTI) do Hospital Brasília, no Lago Sul, a vítima tem apresentado melhora do quadro de sáude.
Tatiana segue intubada, mas apresentou movimentos leves durante a recuperação. O pai dela, Luiz Sérgio Machado, 65, deu entrevista ao Correio na segunda-feira (30/8). "O dreno da cabeça foi retirado. A partir daí, (ela) começa a ter uma reação de saída desse processo (de intubação). Ainda está dormindo, mas teve pequenas reações de mexer um pouco o braço e a cabeça. A gente nota que ela está nos ouvindo de alguma forma", contou o aposentado.
O crime
Momentos antes do crime, Tatiana e Paulo Ricardo tiveram uma discussão no trânsito, na altura da QI 5 do Lago Sul. A servidora havia ido buscar o filho na escola, por volta das 9h, mas teria sido "fechada" pelo veículo do advogado.
Após a discussão, Paulo Ricardo seguiu Tatiana por cerca de 3km, até a casa dela. Os dois tem uma nova discussão em frente ao imóvel e a vítima decide pegar o celular, para gravar a situação. Na sequência, o advogado passa com o carro por cima da servidora pública e foge. O marido e o filho de Tatiana correm para socorrê-la.
Paulo foi preso ao se apresentar na 10ª Delegacia de Polícia (Lago Sul), na companhia de um advogado. Ele está preso preventivamente e deve responder a processo por tentativa de homicídio qualificado por motivo fútil. A pena pelo crime varia de 12 a 30 anos de prisão.
O advogado está preso preventivamente no 19º Batalhão de Polícia Militar, no Complexo Penitenciário da Papuda. Na Papudinha, como é conhecida a unidade, ficam lotados ex-policiais e ex-bombeiros. A defesa de Paulo Ricardo entrou com um habeas corpus contra a decisão, mas a Justiça negou o pedido na sexta-feira (27/8).
Com informações da Ordem dos Advogados do Brasil no Distrito Federal (OAB-DF)