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Estado de Minas OUÇA ÁUDIO

'Parou geral': protesto de caminhoneiros já atrasa entregas do e-commerce

Empresário relata que estendeu prazos em ao menos 5 dias, e diz que transportadores que tentam coletar carga estão sendo até apedrejados


08/09/2021 20:10 - atualizado 08/09/2021 21:45

Lojista diz que já estendeu prazos de entrega em até cinco dias em função dos protestos dos caminhoneiros.
Lojista diz que já estendeu prazos de entrega em até cinco dias em função dos protestos dos caminhoneiros. (foto: Pixhere/Divulgação)
O protesto dos caminhoneiros, que fechou estradas em ao menos nove estados brasileiros nesta quarta-feira (8/9), incluindo Minas Gerais, já afeta o comércio virtual. Quem tenta furar o bloqueio tem o carro apedrejado. O relato é de um empresário mineiro que atua no setor de eletroeletrônicos. 

Sob anonimato, ele contou à reportagem que, por causa das manifestações, não conseguiu coletar equipamentos, nem despachar mercadorias hoje em função das manifestações. O jeito foi aumentar os prazos de entrega acordados com a clientela em ao menos cinco dias ( ouça o áudio abaixo ).
 

"Eu já não estou mais conseguindo sair com coleta. Hoje mesmo quebraram um caminhão saindo do Viana. Ninguém entra e ninguém sai. Não consegui subir nenhuma carga da Eletrolux, a da Multilaser está parada. Parou geral. Tive que aumentar prazo de entrega. Pedidos meus que eu vendi no final de semana, vão chegar todos atrasados. Está uma loucura. O cara da Rebolsas foi tentar coletar lá hoje, quebraram o carro dele. Hoje mesmo, não recolhi nenhum pedido", conta o lojista.

Em Minas, caminhoneiros associados ao Sindicato das Empresas Transportadoras de Combustíveis e Derivados de Petróleo do Estado de Minas Gerais (Sinditanque-MG)  bloquearam um trecho da BR-040 próximo de Paracatu, Região Noroeste do estado. 

De acordo com a concessionária Via 040, a manifestação ocorre no KM 44 da rodovia, no entrocamento com a MG-188, perto de Unaí. 

Delegacias regionais da Polícia Rodoviária Federal relatam atos em ao menos mais oito estados : Bahia, Espírito Santo, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Maranhão, Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul. 

O presidente do Sinditanque-MG diz que as manifestações são solidárias às reinvindicações dos atos pró-governo realizados nesta terça-feira (7/9), que pediram fechamento do Supremo Tribunal Federal (STF) e intervenção militar. O movimento mira sobretudo o ministro Alexandre de Moraes. 

Na sexta-feira (3/9), o magistrado autorizou diligências requeridas pela PGR que resultaram na prisão do blogueiro bolsonarista Wellington Macedo, investigado por suspeita de envolvimento na organização de atos antidemocráticos de 7 de setembro. 

Moraes também comanda inquéritos que investigam Bolsonaro. Um deles é o das fake news, que apura a divulgação de notícias falsas e ameaças a ministros da Suprema Corte. A ação embasa o pedido de impeachment protocolado pelo presidente contra o ministro no Senado Federal em 20 de agosto. Bolsonaro acusa Alexandre de agir de "modo parcial, sendo ao mesmo tempo vítima, acusador e julgador da investigação.

ICMS

Outra bandeira do protesto é antiga. Segundo o líder sindical, trata-se da alíquota do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) cobrada em Minas sobre os combustíveis, fixada em 15% - a maior do Sudeste. 

O Sinditanque-MG quer redução da taxa para 12%, mesmo índice praticado em estados como Rio de Janeiro, Espírito Santo e São Paulo.  



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