As internações por covid-19 apresentaram queda em 98% dos hospitais privados do Estado de São Paulo nos últimos dez dias. A pesquisa do Sindicato dos Hospitais, Clínicas e Laboratórios do Estado de São Paulo (SindHosp) mostrou que 17% das instituições apresentaram redução da ocupação dos leitos acima de 71%, outras 64% tiveram diminuição entre 41% e 50%. De 13 a 21 de setembro, o SindHosp ouviu 60 hospitais privados, que juntos somam 2.454 leitos de terapia intensiva (UTI) e 4.157 leitos clínicos.
A queda de internações foi mais acentuada na ocupação de leitos de UTI: 66% dos hospitais apontam uma taxa inferior a 50%, enquanto 30,5% têm entre 81% e 90% desses leitos ocupados. No relatório anterior, realizado entre 12 a 17 de agosto, apenas 11% tinham ocupação menor do que 50%, a maioria delas (71%) tinha entre 51% e 70% das UTIs ocupadas.
O presidente do SindHosp, Francisco Balestrin, atribui a redução ao avanço da vacinação. "Hoje temos 68% da população vacinada com a 1ª dose e este é o motivo do esvaziamento dos hospitais com pacientes Covid", declara o médico, que pede pela manutenção de medidas como o uso da máscara e o distanciamento social. Conforme dados do consórcio de veículos de imprensa, São Paulo tem 78,08% da população vacinada ao menos com uma dose contra o coronavírus, e 51,18% com o esquema vacinal completo.
O estudo também destaca o que Balestrin chama de "rejuvenescimento" da doença, com a diminuição da faixa etária dos internados. Entre os hospitais pesquisados, 47% indicaram que a maior parte de seus leitos são ocupados por pacientes com mais de 70 anos, outros 39% destacam a predominância de internados entre 61 e 70 anos. Em agosto, os doentes acima dos 70 anos prevaleciam na maior parte das instituições (60%). Na visão dos pesquisadores, essa redução pode estar relacionada com a aplicação da 3a dose de reforço do imunizante contra a covid.
Com a redução da faixa etária, o tempo médio das internações aumentou. A maioria dos hospitais (75%) indicou permanência de pacientes de 15 até 21 dias. No mês anterior, a prevalência era de internações com duração entre 8 e 14 dias, registrada em 73% dos serviços de saúde estudados; hoje, esse tempo médio é realidade para apenas 7% das instituições.
"Quando as pessoas são mais idosas, a média de permanência é menor, porque muitas delas falecem", explica o presidente do SindHosp. "Houve uma diminuição da faixa etária da doença, essas pessoas mais jovens têm uma competência física muito diferente do idoso, o que faz com que fiquem mais tempo internadas."
Com a redução de internações devido à covid, 86% dos hospitais registraram aumento no agendamento de cirurgias eletivas, o que, no entanto, não gerou filas de espera. 67% das instituições apontam recrudescimento de até 10% nas solicitações desses procedimentos, o que leva a um tempo de espera de 15 dias para 84% delas. Em agosto, apenas 30% das instituições apresentavam esse crescimento.
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