Após mais de um ano da absolvição do empresário André Aranha, 45 anos, da acusação de estupro contra a influenciadora Mariana Ferrer, 24 anos, o recurso movido por ela pode ser julgado nesta quinta-feira (7/10) por desembargadores de Santa Catarina. Em setembro de 2020, o Tribunal de Justiça do estado concluiu que não houve dolo na ação do empresário pois não tinha como ele saber da vulnerabilidade da vítima.
Leia Mais
Deputado critica veto de Bolsonaro à distribuição gratuita de absorvente femininoRecife está há três dias sem registrar mortes por COVID-19STJ mantém advogado que atropelou servidora em cela comumJustiça confirma absolvição de André Aranha no caso Mari FerrerVice-campeã do Miss Universo SP, Ieda Favo denuncia racismo no concursoA repercussão do caso foi tão grande que este ano a Câmara dos Deputados aprovou o Projeto de Lei Mariana Ferrer, em tramitação no Senado, que garante proteção às vítimas de crimes contra a dignidade sexual. O projeto proíbe que vítimas e testemunhas sejam ofendidas em audiências.
Pelo seu perfil do Instagram, que conta com mais de 2,5 milhões de seguidores, Mari Ferrer faz várias publicações sobre o caso e pede justiça. Na última postagem, ela expôs um laudo psicossocial de estresse pós-traumático, ansiedade e síndrome do pânico.
Há duas semanas, Mari compartilhou fotos da infância com a família. "Para as sobreviventes que não tem a família completa ou não tem o apoio da mesma, saibam que eu acredito em vocês. eu estou com vocês e juntas formamos um exército imbatível de Deus. nunca se esqueçam disso, por favor! vocês são importantes", escreveu.
Relembre o caso
O estupro teria acontecido em 2018, no Cafe de la Musique de Florianópolis, em Santa Catarina. A modelo era embaixadora da casa na época. A Polícia Civil apontou André Aranha como autor do crime. A perícia indicou que houve conjunção carnal na noite relatada. No relato dela para a polícia, ela disse que teve um lapso de memória e que acredita ter sido dopada. A boate só forneceu dois vídeos a polícia, em que Mariana é vista com André Aranha saindo da casa.
Em 2019, ela trouxe o caso a público pelas redes sociais. Em agosto de 2020, Mari Ferrer teve a conta do Instagram removida por um processo movido contra ela por André Aranha. A ação foi vencida por ela em primeira instância.
No vídeo da audiência, o advogado de defesa de André Aranha, Cláudio Gastão da Rosa Filho, mostrou fotos de Mariana de quando ela era modelo alegando que ela teria posado em "posições ginecológicas" e que estaria se utilizando da situação para se promover.
Em julho deste ano, um grupo de 28 deputadas federais e uma senadora entrou com um pedido no TJSC para atuar como amicus curiae, ou "amigo da corte" no caso. O amicus curiae não é parte do processo, mas ele pode acompanhar de perto os trâmites.