Uma juíza civil e quatro oficiais da ativa condenaram na madrugada desta quinta-feira, 14, oito militares do Exército à prisão pelos homicídios do músico Evaldo Rosa dos Santos e do catador de latinhas Luciano Macedo, além de uma tentativa de homicídio, ocorridos em 2019. O tenente Ítalo da Silva Nunes, que comandou a ação criminosa, recebeu a maior pena: 31 anos e seis meses. Outros sete militares foram sentenciados a 28 anos.
Quatro réus que não fizeram disparos foram absolvidos, a pedido do Ministério Público Militar (MPM). A condenação da Justiça Militar foi proferida por 3 votos a 2. Ainda cabe recurso.
- Leia: 'O Exército não matou ninguém', diz Bolsonaro sobre a morte do músico
- STM liberta nove militares dos 80 tiros contra músico no Rio
Leia Mais
'Vamos apurar e cortar na própria carne', diz ministro sobre músico morto no RioEm Washington, Moro diz que morte de músico no Rio foi 'incidente lamentável'Músico negro que foi acusado por engano é libertado no RioVídeo: ex-PM preso depois de se envolver em briga de bar e efetuar disparosEscolas paulistas terão aula 100% presencial a partir da próxima segunda'O que a sociedade ganha com prisão de uma pessoa como ela?', diz defensor de mulher presa por furto de macarrão e sucoAlém do tenente Ítalo, foram condenados o sargento Fabio Henrique Souza Braz da Silva, o cabo Leonardo de Oliveira de Souza, e os soldados Gabriel Christian Honorato, Gabriel da Silva de Barros Lins, João Lucas da Costa Gonçalo, Marlon Conceição da Silva e Matheus Santanna Claudino.
Foram absolvidos o cabo Paulo Henrique Araújo Leite e os soldados Vitor Borges de Oliveira, Wilian Patrick Pinto Nascimento e Leonardo Delfino Costa.
A acusação sustentou que não houve ordem para o carro de Evaldo parar e não havia posto de bloqueio ou blitz na estrada. Os réus, que na época dos crimes diziam ter sido alertados para ação de criminosos na região, afirmaram, sem provas, ter agido em "autodefesa".
A promotora Najla Nassif Palma, responsável pelo caso, criticou esse argumento. "É como matá-los (o músico e o catador) moralmente uma segunda vez", afirmou.